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Bolsonaro diz que reforçou "laços de amizade" em conversa com Xi Jinping

Bolsonaro conversou com o presidente da China sobre ações contra o coronavírus e tratou da ampliação dos laços comerciais

Foto de arquivo: Bolsonaro e Xi Jinping durante cúpula dos BRICS (Mikhail Svetlov/Getty Images)

Foto de arquivo: Bolsonaro e Xi Jinping durante cúpula dos BRICS (Mikhail Svetlov/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 24 de março de 2020 às 11h36.

Última atualização em 24 de março de 2020 às 11h36.

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira em sua conta no Twitter que conversou por telefone com o presidente chinês, Xi Jinping, e reforçou com ele os "laços de amizade" do Brasil com a China, além de tratar das relações comerciais entre os dois países e discutir o novo coronavírus.

"Nesta manhã, em ligação telefônica com o presidente da China, Xi Jinping, reafirmamos nossos laços de amizade, troca de informações e ações sobre o Covid-19 e ampliação de nossos laços comerciais", escreveu o presidente em uma publicação acompanhada por uma foto em que aparece reunido com os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Tereza Cristina (Agricultura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).

Também em sua conta no Twitter, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, informou que os presidentes dos dois países concordam com a proposta da Arábia Saudita de realizar o mais rapidamente uma reunião virtual das nações do G20 que tratará de ações globais contra a epidemia de coronavírus. O encontro, que está sendo preparado, pode acontecer na próxima sexta-feira.

Wanming disse ainda que os presidentes conversavam sobre "importantes temas de interesse comum."

"Os dois presidentes reforçaram a necessidade de aumentar a cooperação no combate e controle da pandemia Covid-19, inclusive nos materiais médicos. Consideram que a única solução correta de vencer a pandemia com maior brevidade é a cooperação internacional", escreveu o embaixador.

O governo brasileiro quer ajuda da China com materiais para combate ao coronavírus. Com a epidemia sob controle, o país asiático teria máscaras, testes e equipamentos médicos, como respiradores, para serem doados, emprestados ou vendidos para o restante do mundo e o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, já afirmou que pretende negociar esses insumos com os chineses.

"O presidente Xi Jinping manifestou a solidariedade ao governo e ao povo brasileiros, faz voto pelo sucesso brasileiro o quanto antes no combate à Covid-19 sob a liderança do presidente Jair Bolsonaro", em uma tentativa de por fim à crise diplomática aberta pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, na semana passada.

Em sua conta no Twitter, Eduardo acusou a China de ter causado a epidemia de coronavírus no mundo ao esconder informações e permitir que o vírus se espalhasse.

A afirmação causou protestos enérgicos da embaixada e do embaixador, que acusou o deputado de usar as mesmas táticas do governo dos Estados Unidos e tentar ser um porta-voz dos EUA no Brasil. A situação se agravou quando Wanming retuitou um tweet em que um brasileiro chamava a família Bolsonaro de um veneno para o país - que depois apagou.

O chanceler Ernesto Araújo, que participou do telefonema nesta terça, em nota, criticou o embaixador e, mesmo afirmando que a posição de Eduardo não refletia a do governo brasileiro, terminou por criar uma rusga ainda maior. Coube à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tentar recuperar a relação.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o principal comprador de commodities brasileiras.

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