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Bolsonaro diz que "fez tudo o que podia" por Manaus e pressão aumenta

Responsável por dar abertura ao processo de impeachment, Maia e seu candidato à presidência da Câmara, Baleia Rossi, se encontram com João Doria e a imprensa ainda nesta sexta (15)

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participa de cerimônia no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 12 de janeiro de 2021.  (Adriano Machado/Reuters)

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participa de cerimônia no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 12 de janeiro de 2021. (Adriano Machado/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 14h11.

Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 14h57.

Após o sistema de saúde de Manaus colapsar nesta quinta-feira (14), deixando pacientes sem oxigênio, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo federal "fez sua parte". A declaração foi dada a apoiadores na entrada do Palácio do Planalto, e foi transmitida ao vivo por sites aliados ao presidente. Na noite de ontem, o presidente disse em uma live que Manaus “tem gente morrendo no canto do hospital como se tivesse afogada”.

As falas de Bolsonaro sobre o agravamento da situação em Manaus foram duramente criticadas por governadores e especialistas em saúde, o que fez crescer a pressão nas redes sociais para que autoridades tomem providências contra o presidente, responsabilizado pelos internautas devido ao seu discurso negacionista com relação ao vírus e a gravidade da pandemia.

Na manhã desta sexta-feira, 15, entre os dez assuntos mais comentados no Twitter, sete são referentes ao problema em Manaus sendo que a hashtag "#ImpeachmentBolsonaroUrgente", chegou a ser postada em 115 mil tuítes. Também circula nas redes e em aplicativos de mensagens uma convocação de opositores do governo para um "panelaço" nesta noite às 20h30 em todo o país. 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sugeriu em sua conta do Twitter antecipar o fim do recesso parlamentar para que o Congresso atue no combate à crise sanitária.

Maia, que preside a casa até o dia 31 de janeiro, já recebeu cerca de 60 pedidos de impeachment de Bolsonaro, mas não deu prosseguimento a nenhum deles.

Maia também figura na lista dos dez assuntos mais comentados no País no Twitter, com mensagens pedindo para que ele paute o processo de impeachment do presidente Bolsonaro, como os publicados pela deputada do PSOL, Talíria Petrone (RJ).

Ainda nesta sexta-feira (15), às 15h30, Maia estará presente numa coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeiras ao lado do seu candidato à presidência da Câmara, Baleia Rossi, e do governador João Doria Jr.

O ex-governador do Ceará e candidato à Presidência da República em 2018, Ciro Gomes (PDT), e o apresentador Luciano Huck, também postulante a candidato a Presidência, criticaram Bolsonaro sobre a atuação do governo na crise sanitária em Manaus .

Venezuela

A ajuda da Venezuela ao Estado brasileiro, anunciada pelo ministro das Relações Exteriores daquele país, Jorge Arreaza, nesta quinta-feira, também é comentada por usuários.

Na rede, usuários destacam a ajuda recebida do país vizinho, que é duramente criticado pelo presidente Bolsonaro devido a seu modelo de governo e econômico.

Durante uma de suas "lives" semanais, em outubro do ano passado, Bolsonaro criticou Venezuela, Cuba e Argentina. Segundo o presidente, as economias dos três países vão mal por terem optado pelo socialismo.

"Tudo por optarem por um regime que não dá certo em lugar nenhum do mundo, o socialismo. O Brasil correu sério risco há pouco tempo, no meu entender", afirmou.

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