Bolsonaro anuncia "conselho" para ações na Amazônia coordenado por Mourão
Objetivo será coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas para a proteção da região, uma das áreas mais críticas do governo
Agência Brasil
Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 14h03.
Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 20h32.
São Paulo - O presidente Jair Bolsonaro determinou hoje (21) a criação do Conselho da Amazônia , a ser coordenado pelo vice-presidente, Hamilton Mourão. Em publicação no Twitter, Bolsonaro explicou que será utilizada a própria estrutura da vice-presidência.
O objetivo do conselho será coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas para a proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia.
"Dentre outras medidas determinadas está também a criação de uma Força Nacional Ambiental, à semelhança da Força Nacional de Segurança Pública, voltada à proteção do meio ambiente da Amazônia", escreveu o presidente.
Bolsonaro esteve reunido, durante toda a manhã desta terça-feira, com sua equipe de ministros no Palácio da Alvorada. O vice-presidente Mourão também participou do encontro.
"Determinei a criação do Conselho da Amazônia, a ser coordenado pelo Vice Presidente @GeneralMourao, utilizando sua própria estrutura, e que terá por objetivo coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas p/ a proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia", disse o presidente no Twitter.
Apesar de indicar que o conselho ficará debaixo do guarda-chuva da vice-presidência, inclusive no que diz respeito à questão orçamentária, o presidente não deixou claro de onde sairão os recursos para tocar a iniciativa, visto que o Orçamento do ano já está bastante comprometido.
A iniciativa, segundo nota do ministério divulgada na época, informa que a criação da Secretaria da Amazônia “é um esforço para materializar a presença” do ministério na região.
Também não houve detalhamento sobre o orçamento dessa secretaria.
O anúncio vem ao mesmo tempo em que líderes mundiais discutem políticas climáticas no Fórum Econômico Mundial, em Davos. O evento vai até o dia 24 e já teve a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que fez parte de dois painéis nesta terça-feira.
Em um dos painéis, que tratou sobre o futuro das manufaturas, o ministro chegou a dizer que o maior inimigo do meio ambiente é a pobreza.
O governo Bolsonaro tem sido constantemente criticado por entidades nacionais e internacionais, por conta de números alarmantes sobre o avanço do desmatamento na região.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as áreas com avisos de desmatamento na Amazônia subiram 85% em 2019.
Segundo os dados do sistema Deter, que detecta e alerta sobre focos de desmatamento na floresta, a área com avisos de desmatamento no ano passado somou 9.166 quilômetros quadrados, ante 4.946 quilômetros quadrados em 2018.