Bolsonaro adota discurso elogioso e promete zerar emissões até 2050
Presidente diz que o Brasil está na vanguarda do combate ao aquecimento global e ressaltou agricultura sustentável
Carla Aranha
Publicado em 22 de abril de 2021 às 11h14.
Última atualização em 22 de abril de 2021 às 11h43.
Em um discurso preparado ao longo da semana, o presidente Jair Bolsonaro adotou uma narrativa de defesa ao que considera ações positivas do Brasil em relação à proteção ambiental. Também solicitou recursos internacionais para a conservação ambiental no país sem, no entanto, citar cifras. "A comunidade internacional terá oportunidade de cooperar com nosso destino comum durante a Conferência do Clima", afirmou. O encontro deverá ser realizado na Escócia em novembro.
Bolsonaro também ressaltou a meta de acabar com o desmatamento ilegal até 2030 na fala de três minutos a que teve direito nesta quinta, dia 22, no painel inicial de chefes de Estado no primeiro dia da cúpula do clima, como já era esperado. O evento, realizado por videoconferência com 40 líderes mundiais, prossegue nesta quinta, dia 22, e sexta, dia 23. Bolsonaro se pronunciou depois de vários chefes de Estado, de países como a China, Índia, Alemanha, Blangadesh e até Ilhas Marshall.
O presidente também anunciou que o país pretende reduzir as emissões de gás carbônico em 40% até 2030 e de neutralidade ambiental até 2050. "Antecipamos em dez anos a sinalização anterior. Será uma Tarefa complexa, que precisará de medidas de combate e controle", afirmou.
Em seu discurso caracterizado por elogios à preservação ambiental realizada no Brasil, Bolsonaro também destacou o sistema de geração de energia, que utiliza fontes renováveis, e a agricultura sustentável. "Como detentor da maior biodiversidade do planeta, o Brasil está na vanguarda do enfrentamento ao aquecimento global", afirmou.
"Respondemos por menos de 3% das emissões anuais globais de gases do efeito estufa. Fazemos investimentos em energia solar, eolócia e biomassa. Somos pioneiros em geração de energia por fontes renováveis", acrescentou. "Em 15 anos evitamos emissão de 7,8 bilhões de emissão de carbono na atmosfera", afirmou.
Com a troca de comando no Itamaraty, os diplomatas brasileiros passaram a ressaltar mais a necessidade de adotar um discurso conciliador. Bolsonaro também teria sido desanconselhado a pedir 1 bilhão de dólares para a proteção ambiental, como o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, tinha sinalizado. Solicitar dinheiro foi visto como uma posição fora do tom em um encontro internacional que tem como objetivo a definição de novas metas e compromissos para reduzir o aquecimento climático.