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Bolsas caem na Ásia; Bolsonaro modera tom em pronunciamento; Coronavírus interrompe habilitação de frigoríficos 

Bolsa de Frankfurt: principal índice europeu operava em baixa acima de 2% às 7 horas (Staff/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2020 às 07h04.

Última atualização em 2 de abril de 2020 às 02h58.

Bolsas caem na Ásia

As bolsas na Ásia fecharam em queda em meio ao resultado ruim da atividade industrial na região (e também na Europa, uma das principais compradoras de produtos asiáticos). Os índices chineses de Shanghai e Shenzhen caíram 0,57% e 0,11%. O japonês Nikkei caiu 4,5%, o de Hong Kong, 2,19% e o da Coreia do Sul, 3,94%. O índice europeu Stoxx 600 operava em queda acima de 2,8% às 7 horas.

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Ibovespa pior mês em 22 anos

Com o mês de março encerrado na terça-feira, 31, o brasileiro Ibovespa teve o pior mês em quase 22 anos em meio à crise do coronavírus. A queda acumulada foi de 29,9% (ante 39,55% em agosto de 1998). Foram seis paralisações do pregão (o chamado circuit breaker) em março. Na terça-feira, o pregão fechou o último dia do mês com queda de 2,17%, a 73.019 pontos.

Bolsonaro abaixa tom

Em pronunciamento em rede nacional nesta terça-feira, 31, o presidente Jair Bolsonaro abaixou o tom de questionamento à gravidade do coronavírus. Ele falou em “grande pacto”, chamou a doença de “maior desafio da nossa geração” e disse que sua preocupação “sempre foi salvar vidas”, seja da doença, seja de desemprego e violência. O presidente também disse que “não existe remédio com eficiência comprovada” contra a doença causada pelo coronavírus, apesar de haver estudos promissores sobre a cloroquina. Essa posição também foi uma reversão da anterior, em que o presidente chegava a andar com caixas do remédio. Foi o quarto pronunciamento em rede nacional do presidente desde o dia 6 de março ante o agravamento da pandemia do novo coronavírus.

Fala da OMS

Parte do pronunciamento de Bolsonaro, de cerca de 8 minutos, reproduziu trechos de uma fala de Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre a importância de olhar para os mais vulneráveis nesta crise. Tedros destacou em coletiva na segunda-feira 30 que trabalhadores autônomos e informais não têm reservas e são prejudicados. Questionada pela TV Globo, a OMS negou que seu diretor tenha dito que a quarentena não era necessária. Mais cedo, um vídeo editado da fala de Tedros foi postado por uma conta criada neste mês e replicado pelo presidente, seus filhos e aliados. Também na terça-feira, Bolsonaro havia dito a jornalistas: “Vocês viram o que o diretor-presidente da OMS falou, não? Alguém viu aí? Que tal eu ocupar rede nacional de rádio e TV hoje à noite para falar sobre isso?”, disse.

Desemprego sobe para 11,6% em fevereiro

A taxa de desocupação no Brasil subiu para 11,6% no trimestre encerrado em fevereiro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é 0,5 ponto percentual maior do que a do trimestre de novembro a janeiro, quando o desemprego ficou em 11,2% e 0,8 ponto menor se comparada ao mesmo trimestre do ano anterior (12,4%). O aumento, na comparação com o trimestre terminado em janeiro interrompeu dois trimestres seguidos de quedas estatisticamente significativas no desemprego, segundo o IBGE, e foi puxada pelos setores de construção (-4,4%), administração pública (-2,3%) e serviços domésticos (-2,4%). O período analisado ainda não traz os impactos da pandemia de coronavírus no Brasil, pois o espaço amostral é de antes do novo coronavírus chegar no Brasil.

Coronavírus interrompe habilitação de frigoríficos

A China não aprovou nenhum novo frigorífico brasileiro para exportação neste ano devido à epidemia de coronavírus e todas as habilitações estão suspensas até um alívio na crise de saúde pública, disse à agência Reuters uma autoridade do Ministério da Agricultura nesta terça-feira. A paralisação ocorre mesmo após os governos do Brasil e da China terem chegado a um acordo em janeiro sobre um novo sistema que visa acelerar as aprovações, afirmou o secretário de Assuntos Internacionais da pasta agrícola, Orlando Leite Ribeiro. Segundo Ribeiro, o ministério tentou entrar em contato com representantes chineses sobre o início da implantação do sistema, mas naquela época, com o coronavírus surgindo, a Administração Geral das Alfândegas da China (GACC) não estava funcionando normalmente. A China é o maior comprador de carne bovina, suína e de frango do Brasil.

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