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Bolívia culpa LaMia e piloto por acidente aéreo da Chapecoense

O ministro foi o responsável por apresentar os resultados da investigação e considerou que houve uma "cadeia de erros"

Chapecoense: na tentativa de impedir novos acidentes deste tipo, ministro prometeu aumentar o controle e a vigilância dos voos na Bolívia (Paulo Whitaker/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 18h30.

La Paz - A investigação promovida pelo governo boliviano confirmou que a LaMia e o piloto do voo CP-2933 foram os responsáveis pelo acidente aéreo da Chapecoense .

O anúncio foi realizado nesta terça-feira pelo ministro de Obras Públicas do país, Milton Claros, em pronunciamento na cidade de La Paz.

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"O que aconteceu neste trágico evento é de responsabilidade direta da empresa LaMia e do piloto", confirmou Milton Claros.

O ministro foi o responsável por apresentar os resultados da investigação e considerou que houve uma "cadeia de erros" que resultou no trágico acidente que matou 71 pessoas no fim do mês passado.

Considerado um dos culpados pela queda do avião nas cercanias de Medellín, Miguel Quiroga era piloto e um dos dois sócios da LaMia.

Ele também morreu no acidente. As investigações concluíram que o avião que transportava o elenco da Chapecoense e profissionais de imprensa do Brasil continha o mínimo de combustível necessário para realizar o trajeto, sem uma quantidade extra, como manda a legislação.

Posteriormente, o Estado de S. Paulo revelou que o mesmo avião Avro RJ85, da LaMia, já havia realizado quatro outras viagens no limite do combustível, sendo que uma delas durou somente quatro minutos a menos do que o percurso encerrado em tragédia no acidente da Chapecoense.

Imediatamente após o acidente na Colômbia, a LaMia teve sua licença suspensa na Bolívia e foi impedida de seguir em atividade. Posteriormente, o diretor-geral da empresa, Gustavo Vargas Gamboa, foi detido pela polícia boliviana.

Documentos da LaMia também foram confiscados pela Justiça do país.

Ainda nesta terça-feira, Milton Claros anunciou a abertura de um processo contra a funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea (Aasana), Celia Castedo.

Ela foi a responsável por autorizar a saída do avião apesar das observações feita sobre a autonomia do voo. Posteriormente, disse que foi forçada a alterar o conteúdo do informe da viagem e pediu refúgio no Brasil.

Outros investigados pela Justiça boliviana serão Gustavo Vargas Gamboa, que também é representante legal da LaMia, seu filho, Gustavo Vargas Villegas, que até o acidente ocupava a função de diretor de registro aeronáutico nacional, e Marco Antonio Rocha, sócio de Miguel Quiroga.

Na tentativa de impedir novos acidentes deste tipo, Milton Claros prometeu aumentar o controle e a vigilância dos voos na Bolívia e suspendeu dois funcionários da Aasana, para que "não contaminem" a investigação.

A LaMia era a responsável por levar a Chapecoense para a primeira partida da decisão da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional, em Medellín.

Na madrugada de 28 para 29 de novembro, no entanto, o avião que transportava 77 pessoas caiu.

Somente seis sobreviveram: os jogadores Alan Ruschel, Jackson Follmann e Neto, o jornalista Rafael Henzel e os comissários de bordo Ximena Suárez e Erwim Tumiri.

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