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BNDES vai reduzir em R$ 30 bi financiamentos em 2011

Luciano Coutinho defendeu que o banco dê mais espaço para a iniciativa privada; diminuição do financiamento está ligada a operação de capitalização da Petrobras

Luciano Coutinho, presidente do BNDES: recusros do canco deve ficar próximos de R$ 144 bi em 2011 (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2011 às 15h35.

São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que a instituição deverá reduzir a concessão de financiamentos neste ano em cerca de R$ 30 bilhões ante os volumes liberados em 2010. Durante evento na Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em São Paulo, ele destacou ainda que a liberação de recursos neste ano deve ficar próxima ao registrado no ano passado, que foi de cerca de R$ 144 bilhões.

Em conversas nos bastidores após palestra, Coutinho destacou que a redução de R$ 30 bilhões nos financiamentos está ligada à exclusão dos recursos repassados pelo banco oficial à Petrobras no ano passado, no processo que culminou na capitalização da estatal. "Contudo, não podemos reduzir financiamentos de forma radical", comentou. Em palestras recentes, Coutinho afirmou que a redução abrupta da concessão de recursos para projetos de longo prazo penalizaria as empresas, pois os custos financeiros para captação de empréstimos de outras fontes subiriam expressivamente.

O presidente do BNDES disse ainda que o objetivo do banco oficial a partir de agora "é dar espaço ao setor privado" nas operações de financiamento de projetos de longo prazo. "O sucesso do BNDES neste ano será medido pela ampliação do processo de 'crowding in' na economia", disse. Na literatura econômica, "crowding in" é a capacidade do Estado de estimular e reter as empresas privadas para produzir e gerar investimentos na economia.

Em manifestações recentes, Coutinho disse que o BNDES deseja diminuir sua participação relativa na concessão de empréstimos para empreendimentos de longa maturação no Brasil. Ele ressaltou que neste ano os desembolsos no primeiro trimestre ficaram ligeiramente inferiores aos realizados no mesmo período do ano passado.

Inflação

Coutinho afirmou ainda que o desafio do governo é "enfrentar choque de preços vindo de fora", em um mercado interno que já está aquecido, "sem gerar recessão". Segundo ele, "a política econômica visa a calibrar moderação da demanda agregada" a fim de evitar pressões para a inflação. "O governo está comprometido com a estabilidade de preços no médio e longo prazo. É importante conter a inflação, mas também viabilizar o crescimento dos investimentos."

O presidente do BNDES afirmou ainda que os investimentos no Brasil manterão uma velocidade de expansão bem maior que a do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. Segundo ele, "os investimentos devem crescer entre 8% e 10% neste ano, enquanto o PIB deve subir perto de 4%". De acordo com Coutinho, um dos instrumentos importantes para a ampliação dos investimentos no País é o fortalecimento do mercado de capitais. Segundo ele, o banco oficial está disposto a dar suporte de até 20% na emissão de debêntures de longo prazo, cujas normas foram criadas recentemente pelo governo.

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São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que a instituição deverá reduzir a concessão de financiamentos neste ano em cerca de R$ 30 bilhões ante os volumes liberados em 2010. Durante evento na Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em São Paulo, ele destacou ainda que a liberação de recursos neste ano deve ficar próxima ao registrado no ano passado, que foi de cerca de R$ 144 bilhões.

Em conversas nos bastidores após palestra, Coutinho destacou que a redução de R$ 30 bilhões nos financiamentos está ligada à exclusão dos recursos repassados pelo banco oficial à Petrobras no ano passado, no processo que culminou na capitalização da estatal. "Contudo, não podemos reduzir financiamentos de forma radical", comentou. Em palestras recentes, Coutinho afirmou que a redução abrupta da concessão de recursos para projetos de longo prazo penalizaria as empresas, pois os custos financeiros para captação de empréstimos de outras fontes subiriam expressivamente.

O presidente do BNDES disse ainda que o objetivo do banco oficial a partir de agora "é dar espaço ao setor privado" nas operações de financiamento de projetos de longo prazo. "O sucesso do BNDES neste ano será medido pela ampliação do processo de 'crowding in' na economia", disse. Na literatura econômica, "crowding in" é a capacidade do Estado de estimular e reter as empresas privadas para produzir e gerar investimentos na economia.

Em manifestações recentes, Coutinho disse que o BNDES deseja diminuir sua participação relativa na concessão de empréstimos para empreendimentos de longa maturação no Brasil. Ele ressaltou que neste ano os desembolsos no primeiro trimestre ficaram ligeiramente inferiores aos realizados no mesmo período do ano passado.

Inflação

Coutinho afirmou ainda que o desafio do governo é "enfrentar choque de preços vindo de fora", em um mercado interno que já está aquecido, "sem gerar recessão". Segundo ele, "a política econômica visa a calibrar moderação da demanda agregada" a fim de evitar pressões para a inflação. "O governo está comprometido com a estabilidade de preços no médio e longo prazo. É importante conter a inflação, mas também viabilizar o crescimento dos investimentos."

O presidente do BNDES afirmou ainda que os investimentos no Brasil manterão uma velocidade de expansão bem maior que a do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. Segundo ele, "os investimentos devem crescer entre 8% e 10% neste ano, enquanto o PIB deve subir perto de 4%". De acordo com Coutinho, um dos instrumentos importantes para a ampliação dos investimentos no País é o fortalecimento do mercado de capitais. Segundo ele, o banco oficial está disposto a dar suporte de até 20% na emissão de debêntures de longo prazo, cujas normas foram criadas recentemente pelo governo.

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