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Bikes mais que dobram com ciclovia na Paulista

Pesquisa mostra que 2.112 ciclistas pedalaram pela via, ante 977 registrados em levantamento anterior, realizado em junho, antes da abertura da via para bicicletas.


	O prefeito de São Paulo Fernando Haddad anda de bicicleta na avenida Paulista
 (André Tambucci/Fotos Públicas)

O prefeito de São Paulo Fernando Haddad anda de bicicleta na avenida Paulista (André Tambucci/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2015 às 14h23.

São Paulo - O número de bicicletas que trafegam pela avenida Paulista, em São Paulo, mais do que dobrou após a inauguração da ciclovia. Contagem feita neste mês pela Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), obtida com exclusividade pela reportagem, mostra que 2.112 ciclistas pedalaram pela via, ante 977 registrados em levantamento anterior, realizado em junho, antes da abertura do equipamento pela gestão Fernando Haddad (PT).

A pesquisa será divulgada nesta segunda-feira (21), dentro da Semana Nacional da Mobilidade, que começou no dia 18 e acaba no dia 25. Feita no dia 15 deste mês, a contagem mostrou que das 6 horas às 20 horas passaram pela ciclovia 150 bikes por hora - média de quase três ciclistas por minuto. O levantamento anterior foi realizado em 26 de junho, dois dias antes da inauguração.

Para Daniel Guth, diretor da Ciclocidade, o aumento se deve tanto à estrutura quanto à mudança de comportamento de paulistanos que trocaram o transporte público e o automóvel pela bicicleta. "Tem muita gente nova começando a pedalar. Isso mostra nitidamente que a ciclovia é usada muito por quem trabalha e estuda e não está passeando e usando a bicicleta por lazer", disse Guth.

A Ciclocidade, em parceria com a ONG Mobilidade Ativa e o Observatório das Metrópoles, pesquisou também o perfil dos ciclistas em toda a capital, com base em 1.786 questionários. A principal faixa etária vai dos 25 aos 34 anos (39%), seguida dos 35 aos 44 anos (27,1%).

A faixa de renda predominante dos ciclistas paulistanos está entre um e dois salários mínimos (28,2%), seguida de quem ganha entre dois e três salários (18,9%). Para Guth, o dado desmistifica a imagem de que "quem pedala em São Paulo é 'mauricinho'". "São trabalhadores que estão mudando a forma de pensar e interagir com a cidade", disse.

Assim que a ciclovia da Avenida Paulista foi inaugurada, a assistente editorial Caroline Fernandes, de 28 anos, trocou as viagens de metrô entre a Estação Santa Cruz, da Linha 1-Azul, e o centro, pela bicicleta. Todos os dias, ela pedala cerca de 30 minutos para chegar ao trabalho. De Metrô, levava 40.

"O transporte público estressava demais, e eu já chegava cansada ao trabalho. De bicicleta eu vejo a rua, reparo mais no que acontece à minha volta e fico disposta o restante do dia", afirmou Caroline. Ela disse que não pretende comprar carro.

A troca dos vagões superlotados pela bicicleta aconteceu, principalmente, porque Caroline se sentiu "mais segura" para fazer o trajeto. "Tem ciclovia da minha casa até o trabalho."

Venda

Já o administrador de empresas Allan Podanovski, de 45 anos, pedala desde 2008. "Não foi uma escolha por lazer. É para trabalhar, sair do trânsito, parar de perder tempo em congestionamento", disse. Entre sua casa, na Avenida Angélica, e o trabalho, no Itaim-Bibi, na zona sul, pedala 25 minutos.

A mudança de postura fez Podanovski vender um veículo. "Na minha casa eram dois carros, um meu e o outro da minha mulher. Como comecei a fazer tudo de bicicleta, não fazia sentido ter dois", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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