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Beto Albuquerque diz que alta de juros é "contrassenso"

Albuquerque criticou o aumento da taxa de juros ao prometer passe livre para os estudantes

Marina Silva com Beto Albuquerque durante o lançamento do seu plano de governo, em São Paulo (Leo Cabral/MSILVA Online/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2014 às 22h51.

Rio de Janeiro — Apesar da promessa de autonomia do Banco Central, que faz parte do Programa de Governo do PSB para a presidência da República, o candidato a vice na chapa com Marina Silva, Beto Albuquerque , afirmou neste sábado no Rio que é contra o aumento da taxa de juros, que classificou como "contrassenso". O gaúcho roubou a cena no encontro de Marina com a "juventude" numa casa de shows na Lapa, no Rio: numa brincadeira com a plateia, brincou que Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) podem sair para jantar porque Marina "já ganhou".

Albuquerque abriu o discurso perguntando: "Quem vota em Marina?". Ao ouvir as respostas positivas, prosseguiu pedindo mais entusiasmo: "Desse jeito não deu para ganhar no primeiro turno. Quem vota em Marina?", no que foi ovacionado. "Agora, Dilma e Aécio saíram para jantar porque a gente já ganhou". Marina Silva aparentou balançar a cabeça em desacordo. Apesar da brincadeira, ao fim do encontro o candidato a vice afirmou que o momento é de "humildade", mesmo com o crescimento da chapa nas últimas semanas.

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Albuquerque criticou o aumento da taxa de juros ao prometer passe livre para os estudantes, a começar pela rede pública de ensino para depois chegar "a toda juventude". Ao fazê-lo, citou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini: "1% de aumento na taxa Selic dos juros brasileiros custa R$ 28 bilhões ao Brasil. Quando aumenta a Selic, a imprensa brasileira não vai lá no Mantega (Guido, ministro da Fazenda) ou no Tombini dizer: 'De onde vai sair esse dinheiro do aumento da taxa de juros?' Mas quando dizemos que vamos fazer passe livre, todo mundo quer saber de onde vai sair o dinheiro".

Ao fim do encontro, perguntado se criticar o aumento da taxa não seria interferir na política do Banco Central, Albuquerque afirmou que seu governo não apostará "na taxa de juros como solução do País". " (A taxa) não pode subir. Pagar R$ 28 bilhões dos cofres públicos por um ponto porcentual de aumento da taxa de juros é um contrassenso, o Brasil tem de trabalhar com juros razoáveis, não isso que estamos vivendo agora", concluiu.

A proposta de autonomia do Banco Central faz parte da campanha do PSB à presidência desde que a chapa era liderada por Eduardo Campos; Marina Silva, após assumir, também tem defendido a independência do BC como "fundamental para restabelecer a segurança da política macroeconômica". A candidata à presidência, que já havia concedido entrevista após a tumultuada caminhada na Rocinha, maior favela da Zona Sul, não quis falar com a imprensa após o encontro com jovens.

Beto Albuquerque também rebateu as críticas de Aécio e Dilma após as duas correções feitas ao plano de governo apresentado na sexta-feira. Sobre a crítica do tucano de que o programa de Marina seria "genérico", o candidato a vice rebateu: "Ele que publique o programa de governo dele, que sequer até agora o fez, para depois vir falar do programa dos outros".

Em resposta à crítica da petista de que "quem não governa com partidos está flertando com o autoritarismo", Albuquerque afirmou que "autoritário é quem acha que pode governar só com os partidos. Não pode ser autoritário quem chama o povo para discutir programa de governo e quem propõe não governar só com partidos".

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