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Base governista de Dilma cresce, mas pode aderir a Aécio

A base elegeu 304 deputados federais, mas ainda não é possível dizer que esse alinhamento será mantido após o 2º turno da eleição presidencial


	Câmara dos Deputados: a disposição dos partidos de mudar de lado para sempre estarem alinhados ao poder não é novidade
 (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

Câmara dos Deputados: a disposição dos partidos de mudar de lado para sempre estarem alinhados ao poder não é novidade (Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2014 às 10h15.

Brasília - Os nove partidos que apoiam formalmente a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) elegeram 304 deputados federais, mais que o dobro dos 138 deputados eleitos pelas dez siglas reunidas em torno do oposicionista Aécio Neves (PSDB). No entanto, na avaliação de líderes partidários ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, não é possível dizer que esse alinhamento será mantido após o 2º turno da eleição presidencial.

"A tendência é que qualquer um que ganhe conquiste a governabilidade, ou a maioria. Talvez não no início do governo, mas logo depois", afirma o deputado reeleito Maurício Quintella Lessa (PR-AL), cujo partido integra a coligação de Dilma.

"É natural que o resultado das urnas se encarregue de rearrumar o processo político", diz o também reeleito Eduardo da Fonte (PP-PE), campeão de votos em seu Estado. O PP também está no barco dilmista nesta eleição.

A disposição dos partidos de mudar de lado para sempre estarem alinhados ao poder não é novidade. Um exemplo recente foi dado pelo PTB. Em 2010, o partido apoiou formalmente a candidatura de José Serra (PSDB) contra Dilma.

Três meses depois de encerrada a eleição, a sigla já fazia parte da base de apoio à governante petista no Congresso. Agora, em 2014, o PTB virou novamente as costas para o PT e entrou na coligação de Aécio.

Mesmo o PSD, partido que está na coligação de Dilma, deve colocar em discussão sua adesão ao eventual segundo governo da petista. Um de seus deputados reeleitos, José Carlos Araújo (BA), afirma que o PSD, apesar de apoiar a reeleição de Dilma, esteve fragmentado nos Estados. "Vamos ver como vai ser feito isso", afirma Araújo.

Segundo ele, o partido pode até continuar declarando sua atuação no Congresso "independente" do governo e da oposição, assim como fez desde sua criação em 2011.

Histórico

O comportamento das siglas nas últimas eleições gerais no Brasil mostra movimentações das siglas do espectro partidário. PTB e PP compõem junto com o PMDB um grupo que se adaptou às mudanças partidárias das últimas décadas e conseguiu se manter perto do poder.

Em 1995, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tomou posse como presidente da República, PMDB, PP e PTB faziam parte de sua base de sustentação ao lado do PSDB e do PFL (que se chama DEM desde 2007). Na ocasião, essa composição deu a FHC uma base com 376 deputados.

Depois, em 2003, quando assumiu o poder Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principal adversário político do PSDB, os três partidos não estavam na base governista. Lula conseguiu, na ocasião, o apoio de 13 partidos que reuniam 254 deputados.

Mas, ao longo do governo, Lula e o trio se aproximaram. Na segunda posse, em 2007, todos já estavam na base lulista formada por 11 partidos e 353 deputados.

Em 2011, na posse de Dilma, ela também contava com o apoio dos três para formar, novamente, uma base com 11 partidos e, desta vez, com 373 deputados.

2014

Neste ano, a coligação de Dilma é formada por PT, PMDB, PSD, PP, PR, PRB, PDT, Pros e PCdoB, que conseguiram eleger 304 deputados. A coligação de Aécio é composta por PSDB, DEM, PTB, PTN, PMN, PEN, PTC, PTdoB e Solidariedade, que conseguiram 128 deputados.

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, já declarou que sua sigla deve apoiar o tucano no 2º turno e, caso ele vença, fará parte da base governista, acrescentando mais 10 deputados ao grupo aecista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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