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Banco do Brasil começa a oferecer crédito estudantil

Antes, linha de empréstimos aberta pelo MEC era destinada apenas a clientes da Caixa

Linha de crédito do MEC tem taxa de juros de 3,4% ao ano e pagamento é feito em até três vezes o tempo do curso superior, mais 12 meses (Arquivo)

Linha de crédito do MEC tem taxa de juros de 3,4% ao ano e pagamento é feito em até três vezes o tempo do curso superior, mais 12 meses (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Brasília - A partir desta segunda-feira, o crédito do Programa de Financiamento Estudantil (Fies) também estará disponível nas agências do Banco do Brasil. A medida do Ministério da Educação (MEC) visa a facilitar o acesso e ampliar o número de estudantes beneficiados pelo crédito que, antes, era concedido apenas pela Caixa Econômica Federal.

"O MEC quis dar uma alternativa para os estudantes, para que eles possam escolher com que instituição desejam trabalhar", afirmou à Agência Estado o secretário-executivo do Ministério da Educação, Henrique Paim. "As condições do Fies no BB são as mesmas das oferecidas na Caixa, e o estudante vai, ao fazer o cadastro no programa, ter que escolher com qual instituição desejará operar".

O Fies tem uma taxa de juros de 3,4% ao ano e o pagamento da dívida é feito em um prazo de até três vezes o tempo do curso superior feito mais 12 meses, com um ano e meio de carência após a formatura do aluno. Para ter acesso, o aluno tem que apresentar fiador ou autorizar desconto em folha de pagamento. Inicialmente, o aluno preencherá cadastro no portal do MEC, depois validará a documentação junto à Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento da instituição e concluirá o processo na agência bancária, onde deverá entregar a sua documentação, a do fiador, e assinar o contrato.

O diretor de governo do BB, Sérgio Nazaré, explicou que as discussões para que o BB passasse a fornecer o Fies começaram há cerca de um ano, diante do objetivo do MEC de dinamizar o programa. Segundo ele, a operação é interessante para o BB, já que a instituição tem hoje 1,3 milhão de contas universitárias e, somente nos últimos 12 meses, foram abertas 242 mil contas dessa natureza. "Nós já temos uma proximidade com os estudantes universitários. Essa é uma iniciativa para ampliar o número de contratações do Fies", disse Nazaré.


Além disso, o executivo explicou que o BB conta com 35 agências em diferentes campi universitários e tem uma estratégia comercial de ampliar sua presença nesse ambiente. Nas operações do Fies, o BB vai receber uma taxa de administração que vai variar de 1,5% a 2%, mas ainda não há uma estimativa do banco sobre qual deverá ser o aumento das receitas da instituição com a inclusão do Fies na sua lista de produtos.

Henrique Paim, do MEC, destacou que a parceria com o BB se insere em um contexto de medidas adotadas para ampliar o alcance do Fies. Ele lembrou que neste ano foram tomadas duas medidas que estimulam a tomada desse crédito pelos estudantes. A primeira foi a transformação do Fies em um programa de "fluxo contínuo", ou seja, que pode ser acessado a qualquer momento pelo estudante, sem um período anual predefinido.

Outra medida para ampliar o programa - e que ao mesmo tempo traz retorno para o governo - foi adotada em maio. Ela estabelece que estudantes de magistério - Pedagogia e licenciatura em geral - ou de Medicina, que venham trabalhar, no primeiro caso, em escolas públicas e, no segundo caso, em equipes do programa Saúde da Família, têm um desconto de 1% ao mês em sua dívida com o Fies - independentemente do salário recebido. Assim, de acordo com o tempo de prestação do serviço público, o estudante pode ter sua dívida com o governo zerada.

De acordo com Paim, o programa neste ano tem tido um desempenho bem melhor do que em 2009. Até este mês, já foram fechadas 47 mil contratações, ante 32 mil em todo o ano de 2009. Ao todo, segundo o secretário-executivo do MEC, existem cerca de 500 mil contratos no Fies.

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