Brasil

Baixo nível de desemprego é histórico, diz Coutinho

Coutinho ressaltou que o governo não vai permitir o efeito de propagação da inflação brasileira, que está influenciada pela alta internacional dos preços das commodities

Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ressaltou que os empresários brasileiros e internacionais estão confiantes na perspectiva de expansão do País nos próximos quatro anos (Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL)

Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ressaltou que os empresários brasileiros e internacionais estão confiantes na perspectiva de expansão do País nos próximos quatro anos (Marcello Casal Jr/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2011 às 11h29.

São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou hoje que o desemprego no Brasil está em níveis historicamente baixos. Em sua avaliação o resultado é fruto do trabalho do governo nos últimos anos, com foco na melhoria do crescimento do País, com inclusão social. "A economia brasileira se aproxima do pleno emprego", afirmou Coutinho, em palestra durante o primeiro Fórum do Mercado de Capitais Brasil-China, promovido pela BM&amp;FBovespa, em São Paulo.</p>

Segundo o presidente do BNDES, o Brasil apresentou uma expansão vigorosa no ano passado, estimada em 7,5% pelo Ministério da Fazenda, e agora "precisa desacelerar um pouco". De acordo com Coutinho, a demanda agregada cresceu entre 10% e 10,5% em 2010.

Inflação

Coutinho ressaltou que o governo não vai permitir o efeito de propagação da inflação no Brasil, que está sendo influenciada pela alta internacional dos preços das commodities (matérias-primas). "A presidente Dilma (Rousseff) quer convergência da inflação à meta", disse Coutinho.

Em sua avaliação, a manutenção dos investimentos pelo governo é a estratégia mais adequada para conter a alta dos preços no longo prazo. Coutinho ressaltou que o governo está empenhado em desacelerar um pouco o nível de atividade interno, reduzir gastos correntes - especialmente com o corte de US$ 50 bilhões no Orçamento - e manter investimentos. "Essa foi mais ou menos a estratégia chinesa: aumentar poupança e investimentos para gerar crescimento de longo prazo", destacou.

O presidente do BNDES ressaltou que os empresários brasileiros e internacionais estão confiantes na perspectiva de expansão do País nos próximos quatro anos, o que permite desenhar um cenário "muito favorável" para a continuidade da ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos).

Câmbio

O presidente do BNDES afirmou ainda que "o câmbio chegou ao limite do desconforto para a economia", embora não tenha citado qualquer cotação que seria limite para intervenções mais intensas no mercado. Para conter a volatilidade da cotação da moeda brasileira em relação ao dólar, o governo vem adotando diversas medidas, como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeiros em renda fixa. "O governo está sendo bem sucedido para lidar com o câmbio", disse.


Investimento alcançará US$ 2 tri até 2014

Coutinho disse hoje que o Brasil deve ter um total de cerca de US$ 2 trilhões em investimentos entre 2011 e 2014. Esse valor foi citado após Coutinho ter falado, em palestra do primeiro Fórum do Mercado de Capitais Brasil-China, promovido pela BM&FBovespa, que os investimentos no País, alavancados por recursos do BNDES ao setor privado, poderiam representar um montante de US$ 1 trilhão.

"Como o BNDES consegue mapear 50% do montante total, que foi um número de US$ 1 trilhão, ao se multiplicar por dois pode-se chegar ao número de US$ 2 trilhões neste período de quatro anos" explicou Coutinho. Com o montante de US$ 2 trilhões de Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos) no País, é possível que a taxa de investimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) atinja 23% em 2014.

Mercado de capitais

O presidente do BNDES afirmou ainda que o poder executivo quer continuar fortalecendo o mercado de capitais no Brasil. "O governo quer apoiar o mercado de títulos de longo prazo", disse. Na avaliação de Coutinho, é fundamental para a expansão do nível de poupança e de investimento do País que cresça a participação do setor privado em várias frentes.

Coutinho já manifestou que deseja a redução da participação relativa do BNDES na concessão de financiamentos para projetos de empresas de longa maturação. "Mas a expansão do mercado de capitais deve ocorrer mantendo as condições de segurança, prudência e liquidez", comentou.

Sustentabilidade

Coutinho ressaltou que o governo está empenhado em ampliar os investimentos de longo prazo no País e em fazer com que esse movimento ocorra com respeito ao meio ambiente. "O compromisso do governo com a sustentabilidade ambiental é firme", disse.

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