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Ato lembra morte do menino Ítalo, baleado por PM de SP

Ato religioso lembrou a morte do menino Ítalo Ferreira de Jesus Siqueira, de 10 anos, baleado por policiais militares após uma perseguição

Polícia Militar de São Paulo: mãe disse que Ítalo não estava armado e que, além disso, os policiais sabiam que eram duas crianças que estavam dentro do carro (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2016 às 23h13.

Um ato religioso na capital paulista lembrou hoje (4) a morte do menino Ítalo Ferreira de Jesus Siqueira, de 10 anos, baleado por policiais militares após uma perseguição no dia 2 de junho.

Organizado pela Organização não Governamental ( ONG ) Visão Mundial, o ato foi realizado na Comunidade Cristã das Boas Novas (CCBN) e lembrou também que muitas outras crianças e adolescentes são vítimas de homicídio, como o menino Ítalo.

“Mais uma criança foi morta e até quando vai continuar?”, questionou a mãe do menino, Cinthia Ferreira Francelino. No dia 2 de junho, Ítalo e um amigo da mesma idade furtaram um carro na garagem de um condomínio no bairro Morumbi.

Os policiais perceberam o furto e saíram em perseguição ao veículo, um Daihatsu Terios. Ítalo foi baleado pelos PMs e morreu no carro.

A mãe disse que Ítalo não estava armado e que, além disso, os policiais sabiam que eram duas crianças que estavam dentro do carro. “A dona do carro [furtado] falou que o carro dela estava falhando e que tinha duas crianças dentro do carro. Eles sabiam que tinha duas crianças dentro do carro. Eles mataram meu filho sabendo que era uma criança”, disse.

Segundo a PM, Ítalo fez três disparos contra os policiais com uma arma calibre 38. Porém, o menino sobrevivente disse, em seu último depoimento, que não houve confronto com a polícia. Além disso, não foram encontradas marcas dos tiros que teriam sido disparados pelo garoto.

O advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe) e do Movimento Nacional de Direitos Humanos, que acompanhou o segundo depoimento do amigo de Ítalo à polícia, disse que ainda faltam os laudos da reconstituição do crime e de resíduos de pólvora na luva que o menino usava no dia em que morreu.

O amigo de Ítalo também será novamente ouvido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, acompanhado de psicólogos e da promotora designada, já que ele apresentou versões conflitantes.

“Teve uma versão que foi da noite dos fatos. Depois, ele foi ouvido no Delegacia Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no dia seguinte, que é até um depoimento em que eu estive presente e em que ele disse que, durante o trajeto, teria ocorrido troca de tiro, mas que depois, quando o carro parou, não teria ocorrido troca de tiro. E foi nesse momento [quando o carro parou] que o policial disparou e acertou a cabeça do Ítalo”, explicou Ariel.

Segundo o advogado, em depoimento posterior, à Ouvidoria de Polícia, o menino disse que ambos estavam desarmados no dia da perseguição: “Ele chegou a dizer para um representante da Ouvidoria e para mim que viu quando o policial tirou a arma e a colocou dentro do carro”.

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Um ato religioso na capital paulista lembrou hoje (4) a morte do menino Ítalo Ferreira de Jesus Siqueira, de 10 anos, baleado por policiais militares após uma perseguição no dia 2 de junho.

Organizado pela Organização não Governamental ( ONG ) Visão Mundial, o ato foi realizado na Comunidade Cristã das Boas Novas (CCBN) e lembrou também que muitas outras crianças e adolescentes são vítimas de homicídio, como o menino Ítalo.

“Mais uma criança foi morta e até quando vai continuar?”, questionou a mãe do menino, Cinthia Ferreira Francelino. No dia 2 de junho, Ítalo e um amigo da mesma idade furtaram um carro na garagem de um condomínio no bairro Morumbi.

Os policiais perceberam o furto e saíram em perseguição ao veículo, um Daihatsu Terios. Ítalo foi baleado pelos PMs e morreu no carro.

A mãe disse que Ítalo não estava armado e que, além disso, os policiais sabiam que eram duas crianças que estavam dentro do carro. “A dona do carro [furtado] falou que o carro dela estava falhando e que tinha duas crianças dentro do carro. Eles sabiam que tinha duas crianças dentro do carro. Eles mataram meu filho sabendo que era uma criança”, disse.

Segundo a PM, Ítalo fez três disparos contra os policiais com uma arma calibre 38. Porém, o menino sobrevivente disse, em seu último depoimento, que não houve confronto com a polícia. Além disso, não foram encontradas marcas dos tiros que teriam sido disparados pelo garoto.

O advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos (Condepe) e do Movimento Nacional de Direitos Humanos, que acompanhou o segundo depoimento do amigo de Ítalo à polícia, disse que ainda faltam os laudos da reconstituição do crime e de resíduos de pólvora na luva que o menino usava no dia em que morreu.

O amigo de Ítalo também será novamente ouvido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, acompanhado de psicólogos e da promotora designada, já que ele apresentou versões conflitantes.

“Teve uma versão que foi da noite dos fatos. Depois, ele foi ouvido no Delegacia Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no dia seguinte, que é até um depoimento em que eu estive presente e em que ele disse que, durante o trajeto, teria ocorrido troca de tiro, mas que depois, quando o carro parou, não teria ocorrido troca de tiro. E foi nesse momento [quando o carro parou] que o policial disparou e acertou a cabeça do Ítalo”, explicou Ariel.

Segundo o advogado, em depoimento posterior, à Ouvidoria de Polícia, o menino disse que ambos estavam desarmados no dia da perseguição: “Ele chegou a dizer para um representante da Ouvidoria e para mim que viu quando o policial tirou a arma e a colocou dentro do carro”.

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