Ato em SP relembra 50 anos do golpe de 1964
O pátio do 36º Distrito Policial (DP) de São Paulo, na rua Tutoia, no Paraíso, está tomado por cerca de mil manifestantes na manhã desta segunda
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 11h38.
São Paulo - O pátio do 36º Distrito Policial (DP) de São Paulo, na rua Tutoia, no Paraíso, está tomado por cerca de mil manifestantes na manhã desta segunda-feira, 31. O local é o palco de uma das manifestações realizadas na capital paulista para lembrar os 50 anos do golpe que depôs o presidente João Goulart, em 1964.
O DP abrigou nos anos da ditadura a sede do DOI-Codi de São Paulo, um dos mais importantes centros de repressão política e de tortura do país.
Segundo dados da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, cerca de 8 mil pessoas foram torturadas no local entre 1969 e 1978. Desse total, cerca de 50 presos políticos foram assassinados, entre eles o jornalista Vladimir Herzog.
No início do ato, os organizadores leram um manifesto no qual pedem a revisão da Lei da Anistia, de 1979. "Só assim romperemos a dura herança deixada pela ditadura e que ainda acoberta os violadores de direitos humanos nos dias atuais", diz o texto. A lei perdoou todos os que cometeram crimes políticos durante o regime militar.
Os manifestantes fizeram ainda a leitura de uma lista com nomes de desaparecidos políticos. A cada nome lido, os demais respondiam dizendo "presente".
Entre os participantes da manifestação está o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), provável candidato ao governo de São Paulo, acompanhado do pai, Anivaldo Padilha - preso clandestinamente e torturado no DOI-Codi, em 1970.
Anivaldo Padilha disse que essa é a primeira vez, desde 1970, que ele retorna ao local. "Me sinto muito emocionado. As cenas de tortura estão voltando, mas ao mesmo tempo sinto que é uma vitória. É uma espécie de retomada deste local", afirmou.
O pai do ex-ministro foi militante da Ação Popular, o mesmo movimento ao qual pertencia o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB).
Memorial
Desde de setembro do ano passado, a Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog reivindica a desocupação do DP para transformá-lo no Memorial dos Desaparecidos. Em janeiro, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) formalizou o tombamento do prédio.
Com o ato desta segunda, os manifestantes tentam reforçar o pedido pelo andamento do projeto. Em janeiro, a Secretaria de Cultura do Estado informou que o caso está em análise.
São Paulo - O pátio do 36º Distrito Policial (DP) de São Paulo, na rua Tutoia, no Paraíso, está tomado por cerca de mil manifestantes na manhã desta segunda-feira, 31. O local é o palco de uma das manifestações realizadas na capital paulista para lembrar os 50 anos do golpe que depôs o presidente João Goulart, em 1964.
O DP abrigou nos anos da ditadura a sede do DOI-Codi de São Paulo, um dos mais importantes centros de repressão política e de tortura do país.
Segundo dados da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, cerca de 8 mil pessoas foram torturadas no local entre 1969 e 1978. Desse total, cerca de 50 presos políticos foram assassinados, entre eles o jornalista Vladimir Herzog.
No início do ato, os organizadores leram um manifesto no qual pedem a revisão da Lei da Anistia, de 1979. "Só assim romperemos a dura herança deixada pela ditadura e que ainda acoberta os violadores de direitos humanos nos dias atuais", diz o texto. A lei perdoou todos os que cometeram crimes políticos durante o regime militar.
Os manifestantes fizeram ainda a leitura de uma lista com nomes de desaparecidos políticos. A cada nome lido, os demais respondiam dizendo "presente".
Entre os participantes da manifestação está o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), provável candidato ao governo de São Paulo, acompanhado do pai, Anivaldo Padilha - preso clandestinamente e torturado no DOI-Codi, em 1970.
Anivaldo Padilha disse que essa é a primeira vez, desde 1970, que ele retorna ao local. "Me sinto muito emocionado. As cenas de tortura estão voltando, mas ao mesmo tempo sinto que é uma vitória. É uma espécie de retomada deste local", afirmou.
O pai do ex-ministro foi militante da Ação Popular, o mesmo movimento ao qual pertencia o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB).
Memorial
Desde de setembro do ano passado, a Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog reivindica a desocupação do DP para transformá-lo no Memorial dos Desaparecidos. Em janeiro, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) formalizou o tombamento do prédio.
Com o ato desta segunda, os manifestantes tentam reforçar o pedido pelo andamento do projeto. Em janeiro, a Secretaria de Cultura do Estado informou que o caso está em análise.