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Atletico Nacional quer dedicar título do Mundial à Chapecoense

Equipe de Medellín, que enfrentaria a Chapecoense na final da Sul-Americana, quer conquistar título mundial e dedicá-lo ao time catarinense

Atletico Nacional: na bagagem para o Mundial no Japão, camisas e bandeiras da Chapecoense (Fredy Builes/Reuters)

Atletico Nacional: na bagagem para o Mundial no Japão, camisas e bandeiras da Chapecoense (Fredy Builes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 08h59.

Última atualização em 5 de dezembro de 2016 às 17h03.

Medellín - O Atlético Nacional, de Medellín, precisa terminar até quinta-feira a arrumação da bagagem para a viagem ao Mundial de Clubes da Fifa, no Japão.

E tem novos itens na lista. Adereços da Chapecoense como bandeiras e camisas estão entre os pertences, pois o objetivo dos colombianos é ganhar o troféu inédito e dedicar a conquista aos mortos na tragédia da última semana.

O acidente com o clube catarinense a poucos quilômetros de chegar na cidade, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana, comoveu a comunidade local.

Com as cores verde e branco em comum, Atlético Nacional e Chapecoense se veem como irmãos, unidos pela tristeza.

"Se pudermos conquistar o título na Japão, com certeza dedicaríamos à Chapecoense. Tomara que à gente consiga", afirmou o presidente do clube, Juan Carlos de la Cuesta.

A viagem ao Japão traz grande ansiedade. A possibilidade de enfrentar o Real Madrid na final ganhou como ingrediente a vontade de fazer do possível título histórico um tributo à Chapecoense.

"O que mais queremos é ser campeões, para poder fazer disso uma homenagem aos que morreram no acidente e dedicar ao título ao povo brasileiro", disse o zagueiro e capitão Alexis Henríquez.

O Atlético Nacional disputará pela segunda vez o Mundial. Em 1989, perdeu para o Milan, na prorrogação, quando o título era decidido em jogo único do campeão sul-americano contra o campeão europeu.

Neste ano, a equipe reconheceu ter sofrido um golpe psicológico muito forte na preparação final. A morte de 19 jogadores do elenco da Chapecoense dificultou os treinamentos do time colombiano na última semana, quando se preparou para decidir vaga na semifinal do campeonato local.

Os 3 a 0 sobre o Millonarios no sábado amenizaram a pressão. A equipe ganhou a última partida em casa antes do embarque, sem se esquecer da Chapecoense. Na camisa do Nacional, o escudo catarinense estava estampado no ombro.

A cada gol, os jogadores apontavam para o símbolo para expressar a quem ia a dedicatória. Após a partida, o time cantou "Vamos, Chape" no vestiário no mesmo ritmo feito pelos brasileiros semanas atrás, depois de eliminar o San Lorenzo, da Argentina, na semifinal da Sul-Americana.

"Foi uma semana difícil. Pela memória e homenagens aos companheiros da Chapecoense que se foram, a vitória era a melhor maneira de se fazer um tributo. Espero que se perpetue essa relação de cooperação entre os países", disse o técnico do Atlético Nacional, Reinaldo Rueda.

O capitão do time contou ter conversado bastante com o elenco para superar a tristeza do acidente. "Foi uma semana complicada para trabalhar. Ficou um sabor amargo porque foi um acidente que pode acontecer com qualquer esportista", afirmou Alexis Henríquez, enquanto dava entrevista abraçado ao filho e ao lado de médicos da Chapecoense, que visitaram o vestiário do Atlético Nacional, no estádio Atanasio Girardot.

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