São Paulo – Uma série de decisões das mais elevadas cúpulas políticas de Brasília (DF) dependiam do resultado dos protestos convocados para este domingo, 13 de março - muitas delas a serem definidas pelo próprio Palácio do Planalto.
A resposta das ruas de centenas de cidades em todos os estados brasileiros não foi nada favorável para a presidente Dilma Rousseff, que se vê envolta no mais dramático momento de seu segundo mandato e inicia a semana ainda mais enfraquecida.
A estimativa da Polícia Militar é de que 3 milhões de pessoas participaram dos atos pelo Brasil. Só em São Paulo, foram 1,4 milhão de manifestantes – um número superior aos protestos de março de 2015, considerados os maiores até ontem.
“Diferentemente das manifestações de março [de 2015], as de domingo foram focadas no impeachment do governo Dilma, contra Lula e a favor da Lava Jato”, afirma Paulo Baia, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em termos práticos, os protestos endossam a desaprovação recorde ao governo Dilma dos últimos meses.
“O governo desfruta de uma maioria teórica, obtida através das urnas em 2014 e de acordos políticos. Mas essa maioria se vê fragilizada diante dos fatos emanados da Lava Jato e também das más notícias na economia”, enumera o cientista político Antonio Lavareda, autor do livro “Emoções Ocultas e Estratégias Eleitorais” (Editora Objetiva) e presidente do conselho do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe).
Para os analistas, a materialização desse sentimento pelas ruas pode acelerar o processo de impeachment, que deve ser retomado na próxima quinta-feira na Câmara dos Deputados.
“Manifestações como as de domingo afetam as opiniões e o posicionamento de muitos dos membros da base aliada. Isso colocará em maior risco a sobrevivência do governo Dilma”, diz Lavareda.
O próprio PMDB pode liderar a debandada de apoiadores do governo Dilma Rousseff. No último sábado, os membros da legenda determinaram um prazo de 30 dias para definir se desembarcam ou não da gestão do PT. Os números dos protestos só reforçam os argumentos de quem torce pelo fim da aliança.
No entanto, embora sinalize o enfraquecimento da capacidade de governo da presidente, a temporada de más notícias das últimas semanas não pode ser encarada como um prenúncio certo do fim de seu mandato, segundo análise de Roberto Romano, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Entre essa imensa massa reunida e o encaminhamento para que Dilma seja afastada, há muita engenharia política a ser vencida”, afirma. “O governo está acuado, não tem liderança, nem consultores ou intelectuais capazes de mudar a situação. Como está hoje parece fadado ao desaparecimento. Mas nada é irreversível, você tem que contar com a capacidade de reação dos grupos e indivíduos”, afirma.
Não se sabe, contudo, se a reação chegará a tempo e se será eficaz para salvar o segundo mandato de Dilma Rousseff. Dada a rapidez dos acontecimentos e as propostas desesperadas do governo (como escalar Luiz Inácio Lula da Silva para a equipe ministerial), a impressão é de que o clamor dos manifestantes de domingo até pode ser atendido. A questão é o que virá depois.
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1. Maior que as Diretas
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São Paulo - Mais manifestantes do que as Diretas Já. Este é o resultado do
balanço do Datafolha sobre o tamanho dos protestos deste domingo (13) na região da avenida Paulista, em São Paulo. Segundo o instituto de pesquisas, cerca de 500mil pessoas compareceram ao ato na cidade - em 1984, foram 450 mil clamando por eleições diretas no país. Este é o quinto dia de manifestações contra o governo de
Dilma Rousseff pelo Brasil. Ao contrário dos atos de março do ano passado, desta vez, os manifestantes foram unânimes em torno do pedido de
impeachment da petista. Os primeiros cálculos de público revelam que esta é a maior onda de mobilizações contra o governo federal. Em Brasília, a Polícia Militar estima que
100 mil manifestantes estiveram presentes; em Salvador,
a PM falou em 20 mil manifestantes concentrados na orla da capital baiana. Navegue pelos slides e confira algumas fotos que representam esse dia de manifestações no Brasil.
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2. Manifestante com cara pintada vai ao protesto que acontece em São Paulo
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3. No Rio de Janeiro, manifestante segura boneco de Lula e bandeira do Brasil durante protesto
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4. Até esse banhista usou a bandeira do Brasil na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
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5. Manifestante usando máscara de Dilma Rousseff e roupas de presidiário acena para manifestantes em protesto em Copacabana, no Rio de Janeiro
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6. Com cartazes, esses manifestantes criticam escândalo de corrupção na Petrobras durante ato em Brasília
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7. Cartazes no protesto em Brasília pedem a saída de Dilma Rouseff e Eduardo Cunha, além da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
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8. Jair Bolsonaro tira fotos com apoiadores na Esplanada dos Ministérios
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9. Manifestantes se vestem de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva no protesto em Brasília
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10. "Pixuleco" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro de jaula é visto durante chuva de papel picado em Brasília
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11. Final do ato em Brasília, na frente do Congresso Nacional, contou com chuva de papel picado
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12. Manifestante segura cartaz sobre Luiz Inácio Lula de Silva e zika durante protesto no Rio de Janeiro
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13. Residentes observam dos apartamentos o protesto contra Dilma Rousseff na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
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14. Faixa contra o golpe de Dilma Rousseff é exibida no céu de Copacabana, no Rio de Janeiro - ato foi vaiado
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15. Bandeira do Brasil é vista durante protesto na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
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16. Apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva soltam fumaça colorida em frente à sua casa em São Bernardo do Campo
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16/38 (Paulo Whitaker/Reuters)
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17. Mulher segura cartaz com frase "Viva Moro" em protesto em Brasília
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18. Manifestante com cara pintada e bandeira do Brasil em protesto contra Dilma Rousseff em Brasília
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19. Cachorro é visto com camiseta do Brasil em protesto contra Dilma Rousseff em São Paulo
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20. Manifestação na Avenida Paulista, região central da capital, contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff
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21. Homem tira selfie com o "pixuleco" de Lula no protesto em São Paulo
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22. Manifestante leva placa em protesto contra Dilma Rousseff em São Paulo
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22/38 (Nacho Doce/Reuters)
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23. Manifestantes usam máscaras de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva como zumbis no protesto em São Paulo
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24. Homem se veste de presidiário e usa grade falsa com fotos de diversos políticos no protesto em Brasília
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25. Estátua faz alusão a Luiz Inácio Lula da Silva e o "pedalinho" em manifestação na Avenida Paulista, região central de São Paulo
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25/38 (Rovena Rosa/Agência Brasil)
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26. Bonecos infláveis ("pixulecos") de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff são vendidos durante protestos em São Paulo
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26/38 (Nacho Doce/Reuters)
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27. Manifestantes reunidos em protesto na Avenida Paulista, região central da capital, contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff
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27/38 (Rovena Rosa/Agência Brasil)
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28. Máscaras de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, com sacos de dinheiro, são vistas no protesto em São Paulo
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28/38 (Nacho Doce/Reuters)
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29. Manifestante faz cartaz em referência ao tríplex no Guarujá, durante protesto em Brasília
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30. Imagem aérea do protesto na avenida Paulista
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31. Manifestante tira selfie com a multidão em São Paulo (SP), 13/03/2016
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31/38 (REUTERS/Nacho Doce)
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32. Manifestante escreve em cartazes na avenida Paulista, em São Paulo
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32/38 (André Lopes/EXAME.com)
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33. Bonecos Pixuleco em varal na Avenida Paulista, em SP
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33/38 (André Lopes/EXAME.com)
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34. Manifestante com faixa "Roubaram a merenda do meu filho" em protesto em São Paulo
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34/38 (André Lopes/EXAME.com)
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35. Manifestantes vão a Esplanada dos Ministérios contra a corrupção e pela saída da presidenta Dilma Rousseff
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35/38 (Wilson Dias/Agência Brasil)
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36. Manifestantes vão a Esplanada dos Ministérios contra a corrupção e pela saída da presidente Dilma Rousseff
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36/38 (Wilson Dias/Agência Brasil)
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37. Manifestação em Salvador contra a corrupção e pela saída da presidente Dilma Rousseff
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37/38 (Sayonara Moreno/Agência Brasil)
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38. Protesto contra governo Dilma em Brasília
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38/38 (Ueslei Marcelino/Reuters)