Da Redação
Publicado em 12 de setembro de 2016 às 06h19.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h43.
Embora todos os prognósticos indiquem que Eduardo Cunha não será mais deputado na manhã de terça-feira, as articulações de última hora não param. Cunha entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal pedindo a suspensão da sessão, e perdeu. Aliados também tentam articular para o deputado uma saída parecida com a de Dilma Rousseff, que perdeu o mandato, mas manteve a elegibilidade.
Apesar de ser réu no STF por corrupção e lavagem de dinheiro, o processo contra Eduardo Cunha é por quebra de decoro parlamentar, pelo fato de ele ter mentido na CPI da Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior. Aliados de Cunha devem tentar recorrer à Comissão de Constituição e Justiça, na tentativa de paralisar a sessão, marcada para as 19h.
A sessão começa com 25 minutos de fala para o relator do processo no Conselho de Ética, deputado Marcos Rogério, explicar o pedido de cassação. Depois, tanto o advogado de defesa de Cunha como o próprio deputado terão 25 minutos para se defender. Por último, são abertas inscrições para deputados se manifestarem. A votação vem a seguir e é aberta e nominal, aparecendo no painel eletrônico da Câmara.
O presidente Rodrigo Maia havia declarado que só começaria a votação com a presença de 420 deputados, mas agora já se fala que isso poderia acontecer até com 400 presentes, tamanha a confiança na cassação do deputado.
Sabendo de seu destino praticamente selado, Cunha já sondou o Ministério Público Federal para uma possível delação premiada. Seria um rebuliço: na Câmara, circula a informação que Cunha ajudou mais de cem deputados a se elegerem. O acordo pode ajudar Cunha a abrandar possíveis penas de sua mulher, Claudia Cruz, e filha, Danielle. Ambas são investigadas pela Lava-Jato em Curitiba. O mandato de Cunha deve terminar hoje à noite. Seus tentáculos ainda vão longe.