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Arquivos das Forças Armadas serão abertos, diz Amorim

Desde 1985, início do governo civil de José Sarney, as Forças Armadas mantêm o discurso de que não existem arquivos oficiais

A princípio, Celso Amorim se esquivou ao ser questionado sobre a abertura dos centros de informação (Getty Images)

A princípio, Celso Amorim se esquivou ao ser questionado sobre a abertura dos centros de informação (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h32.

Brasília - O ministro da Defesa, Celso Amorim, sinalizou nesta segunda que vai atuar para abrir os centros de informação das Forças Armadas para a Comissão Nacional da Verdade, que investiga crimes cometidos por agentes do Estado de 1946 a 1988. "A lei diz que nós temos todo o dever de cooperar", afirmou. "Em termos gerais, tudo estará aberto."

Ele deu essas declarações em uma entrevista coletiva após encontro com integrantes da Comissão da Verdade. Os centros de informação da Aeronáutica (Cisa), do Exército (CIEx) e da Marinha (Cenimar) guardam as memórias da repressão política, especialmente do período do regime militar (1964-1985) - popularmente chamados "arquivos secretos da ditadura". Foram dos centros que saíram, em 1993, três listas com algumas informações sobre guerrilheiros do PCdoB mortos no Araguaia, no começo dos anos 1970.

Desde 1985, início do governo civil de José Sarney, as Forças Armadas mantêm o discurso de que não existem arquivos oficiais. Os militares, no entanto, nunca permitiram a entrada de representantes de áreas civis do governo ou da Justiça aos centros de informação. O CIEx, antigo CIE, em especial, organizou nos governos Médici (1969-1974) e Geisel (1974-1979), a política de extermínio de adversários da ditadura. Grupos de direitos humanos esperam a abertura dos centros para esclarecer como morreram militantes políticos.

A princípio, Celso Amorim se esquivou ao ser questionado sobre a abertura dos centros de informação. Ao ser questionado sobre a possibilidade de abrir os centros, ele chegou a dizer que não se falou "sobre isso" no encontro da comissão. Em seguida, admitiu "que tudo foi falado", sem especificar a questão dos centros. Aos poucos, no entanto, o ministro deus sinais de que o "coração" da memória oficial da repressão poderia ser aberto. Ele, no entanto, não informou quando isso poderá ocorrer e sobre quais condições.

Na entrevista, Amorim disse que a Comissão da Verdade é o "último capítulo da história da abertura democrática do Brasil". "Vamos facultar todas as informações pedidas que possam ajudar à Comissão da Verdade", afirmou. "Reiteramos a disposição do Ministério da Defesa de cooperar e colaborar com os integrantes da comissão."

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