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Argôlo recebeu mais de R$ 1 mi de Youssef

Durante o depoimento à Polícia Federal, a contadora explicou que citou outros parlamentares que também receberam dinheiro do doleiro

Polícia Federal: Meire Poza presta depoimento hoje no Conselho de Ética da Câmara (Tânia Rêgo/ABr)
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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2014 às 13h07.

Brasília - Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara , Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora de Alberto Youssef disse hoje (13) que em uma das viagens a Brasília , o doleiro ficou hospedado no apartamento do deputado André Vargas (sem partido-PR), que também é investigado pelo colegiado.

Convidada hoje (13) para prestar depoimento sobre o processo que investiga a relação de Youssef com o deputado Luiz Argôlo (SD-BA), ela ainda afirmou que o parlamentar recebeu mais de R$ 1 milhão do doleiro. “Eu sei que passaram outros valores, mas não pela minha empresa”, explicou.

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Meire que é dona de uma empresa de contabilidade, trabalhou por quatro anos para Youssef, prestando serviços contáveis ao doleiro. Segundo ela, o dinheiro era entregue em papel, mas algumas transferências bancárias foram feitas para um parente do parlamentar. “Para Manuelito Argôlo, foram R$ 60 mil”, acrescentou.

Durante o depoimento à Polícia Federal, a contadora explicou que citou outros parlamentares que também receberam dinheiro do doleiro, mas no depoimento de hoje preferiu se limitar ao caso Argôlo.

Partidos de oposição já convidaram Meire Poza para falar na CPMI da Petrobras e sinalizou interesse em falar para o colegiado misto, mas preferiu deixar as conclusões para os parlamentares. “Pelas investigações talvez vocês possam ter respostas bem melhores”, disse, e confirmou que, nas gravações obtidas pela polícia, as siglas “LA” representam Luiz Argôlo e “Primo” é Alberto Youssef.

Meire Poza ainda afirmou que não conhece pessoalmente o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto e que apenas soube que ele esteve na sede da empresa GFD, de Youssef, pelas reportagens publicadas pela imprensa. “Nunca o vi lá e nem sabia que tinha relação com Alberto”, disse.

João Procópio, segundo ela, era funcionário da GFD e tinha uma relação antiga com Youssef. “É cunhado de um presidente do conselho da Camargo Correa e foi a pedido dele que Alberto o empregou. Foi sem função definida. E nunca entendi realmente qual era a função dele ali”, explicou.

Meire garantiu que, diretamente, ninguém tinha envolvimento com a destinação do dinheiro dos negócios do doleiro. “Alberto tinha esse núcleo só dele. As pessoas que estavam ali não participavam diretamente. Poderiam ajudar”, acrescentou. A contadora ainda reafirmou que Alberto declarava sua “grande facilidade em entrar em prefeituras do PT” e tinha ótima relação com o PP. “Era onde ele tinha as melhores relações”, afirmou.

Ao ser perguntada sobre o que a motivou a depor, Meire Poza explicou que tentou deixar os negócios com Youssef por três vezes. Segundo ela, no primeiro pedido, ela explicou que estranhava alguns negócios mas foi convencida a ficar. Na segunda e terceira tentativa, “eles receberam mal o pedido para sair e acabei continuando”.

“Tenho famílias e filhos. Vi muitas coisas entre 17 março [data de deflagração da Operação Lava Jato] e 23 de julho que foi a data que fui a sede da Polícia Federal. Vi muitas coisas que me deixaram estarrecidas. A PF me ofereceu proteção. Esses últimos dias tem sido muito difíceis”, afirmou, acrescentando que não tem medo.

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