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Após viagem a Israel, Bolsonaro diz que não quer "encrenca" com árabes

Visita a Benjamin Netanyahu acirrou ainda mais os ânimos entre a comunidade árabe e o governo federal

Jair Bolsonaro: presidente brasileiro terá que lidar com reclamações de setores exportadores na volta ao país (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2019 às 06h39.

O presidente Jair Bolsonaro encerrou sua visita a Israel na quarta-feira, 3,dizendo que não quer "encrenca" com os países árabes. "Não estamos procurando encrenca com ninguém. Quero é solução", disse, antes de embarcar para Brasília.

No domingo, primeiro dia de sua viagem a Israel, Bolsonaro anunciou a abertura de um escritório comercial na cidade de Jerusalém, disputada por israelenses e palestinos. A Autoridade Palestina condenou a decisão e prometeu contactar seu embaixador no Brasil, Ibrahim Al-Zeben.

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O Hamas, grupo extremista islâmico que controla a Faixa de Gaza, também criticou a visita de Bolsonaro a Israel. Em nota, o grupo afirmou que a viagem não apenas contradiz a histórica atitude do povo brasileiro de apoio à causa palestina, como também viola leis internacionais.

Em resposta, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, mandou um recado ao Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel e Estados Unidos. “Quero que vocês se EXPLODAM!!!”, postou Flávio, com a imagem do título de uma reportagem do site EXAME que noticiava as críticas do grupo à visita. Horas após a publicação, não é mais possível acessar a postagem. O Twitter informa que o conteúdo não está mais disponível.

Em seu último dia de visita a Jerusalém, Bolsonaro tentou reconstruir a relação com os árabes, que importam carne e açúcar do Brasil. "Respeito o povo palestino, não posso concordar com grupos terroristas. Aí complica, né? Se não, estaria contra a minha biografia, eu que combati esse pessoal da esquerdalha desde 70", afirmou o presidente.

O embaixador palestino no Brasil disse ao jornal O Estado de S. Paulo na segunda-feira, 1º, que deve permanecer no Brasil pelo menos até o retorno de Bolsonaro. Ele ainda esperava conseguir uma audiência com o presidente após o retorno, solicitada por ele e outros embaixadores de países árabes há mais de 15 dias. O embaixador criticou o anúncio da criação do escritório em Jerusalém e sugeriu que o Brasil abra uma representação similar em Jerusalém Oriental, região que os palestinos almejam como capital de um futuro Estado. A área foi ocupada por Israel em 1967. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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