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Após troca de tiros com PM, dois são mortos no CE; 110 já foram presos

O caso aconteceu após os suspeitos tentarem atear fogo em um posto de atendimento do Departamento Estadual de Trânsito

Força Nacional faz operação, após onda de violência no Ceará (Paulo Whitaker/Reuters)

Força Nacional faz operação, após onda de violência no Ceará (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de janeiro de 2019 às 16h38.

Última atualização em 8 de janeiro de 2019 às 16h52.

Fortaleza - Dois suspeitos de ataques criminosos no Ceará, ainda não identificados, foram mortos durante troca de tiros com a Polícia Militar na madrugada deste domingo, 6. No combate, no bairro Granja Portugal, em Fortaleza, um policial foi atingido na mão.

O caso aconteceu após os suspeitos tentarem atear fogo em um posto de atendimento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Coletes balísticos, um revólver calibre 38, munições deflagradas, coquetéis molotov, galões de combustíveis e um veículo também foram apreendidos pela PM. Na última quinta-feira, 3, um suspeito também foi morto após atirar contra uma equipe policial que estava atendendo a uma ocorrência de dano a um fotossensor na CE-010.

Além disso, mais sete pessoas foram presas de sábado, 5, para este domingo, 6, por envolvimento nas ações criminosas no Ceará desde a última quarta-feira, 2. Com as novas capturas, 110 pessoas, ao todo, estão detidas - destes, 34 são adolescentes. A informação é da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Ceará (SSPDS).

Um preso em flagrante por venda irregular de combustível a grupos criminosos também foi detido. Um caminhão foi apreendido e o homem foi direcionado para a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). "De acordo com as apurações, o suspeito vendia cada galão de gasolina a R$ 70", afirmou a pasta.

Mais de 100 ataques criminosos ocorreram no Estado cearense desde a última quarta-feira, 2. Mais de 20 municípios foram palco dos crimes. Ônibus, agências bancárias, delegacias, equipamentos públicos, veículos particulares, postos de combustíveis e supermercados foram atingidos.

Mais de 300 profissionais de segurança pública e 30 veículos, enviados pela Força Nacional de Segurança, estão reforçando a patrulha policial desde a noite de sábado. Cerca de 80 agentes penitenciários também foram enviados ao Ceará pelos governos de outros Estados do Nordeste para fortalecer o sistema prisional.

Segundo investigações, a origem dos ataques criminosos estaria ligada ao discurso do titular da recém-criada Administração Penitenciária, Luis Mauro Albuquerque. O secretário afirmou não reconhecer o poder das facções rivais em unidades prisionais distintas. Até o fim de 2018, membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) estavam na Casa de Privação Provisória de Liberdade 3 (CPPL 3), na Região Metropolitana de Fortaleza. Integrantes da Guardiães do Estado (GDE), aliados do PCC no Ceará, eram levados à CPPL 2. Já criminosos ligados ao Comando Vermelho, nas CPPLs 1 e 4. Presos sem ligação com quaisquer facções também estão espalhados pelas unidades.

Na capital cearense, 136 ônibus de 109 linhas (menos de 10% da frota total) circulam com policiais militares. Outros 21 veículos têm agentes de segurança na Região Metropolitana. A iniciativa foi articulada com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do ceará (Sndiônibus).

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