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Após rebelião, diretor de centro socioeducativo em PE é exonerado

Além dos três jovens assassinados, outros oito adolescentes foram internados no Hospital da Restauração, no Recife

Rebelião: a maioria deles é maior de 18 anos e deve ser encaminhada a uma unidade prisional (Amanda Oliveira/ GOVBA)

Rebelião: a maioria deles é maior de 18 anos e deve ser encaminhada a uma unidade prisional (Amanda Oliveira/ GOVBA)

AB

Agência Brasil

Publicado em 26 de outubro de 2016 às 12h54.

O diretor do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Timbaúba, Jaime Santos da Silva, foi exonerado depois da rebelião ocorrida na madrugada de ontem (25), que resultou em três jovens internos assassinados e mais oito feridos.

A exoneração foi publicada hoje (26) no Diário Oficial do Estado (DOE). A morte de um quarto jovem foi confirmada hoje pelo Hospital da Restauração, no Recife.

A nova diretora do centro será a consultora técnica da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Ana Lúcia Gusmão Brindeiro.

Ela é pedagoga com experiência na Educação de Jovens e Adultos (EJA) e no trabalho com crianças e adolescentes em situação de rua, segundo currículo divulgado na plataforma Lattes.

Ana Lúcia também foi assessora especial no gabinete do Presidente da República na Mobilização Social do Programa Fome Zero/ Equipe do Talher Nacional. Na secretaria pernambucana já atuou com mediação comunitária de conflitos.

O Case de Timbaúba, município da Zona da Mata Norte de Pernambuco, é uma das unidades de internação da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase).

Por volta de 0h20 de ontem teve início uma rebelião no local, controlada ainda de madrugada. Os internos colocaram fogo em colchões e móveis da unidade, e o fogo se espalhou pela unidade.

Ontem, a Funase informou que os adolescentes assassinados, de 17 e 18 anos, foram vítimas de golpes de arma artesanal e pedradas. "Brigas entre grupos rivais causaram a rebelião e as mortes", disse a nota divulgada pela instituição.

A fundação abriu sindicância para apurar a rebelião. O prazo para conclusão do procedimento é de 20 dias, podendo ser prorrogado por igual período.

Ainda segundo a Funase, 16 adolescentes acusados pelas três mortes e por danos ao patrimônio foram conduzidos à Delegacia de Timbaúba, responsável pelas investigações sobre os homicídios.

A maioria deles é maior de 18 anos e deve ser encaminhada a uma unidade prisional. O Case de Timbaúba é voltada a jovens de 14 a 21 anos.

Quarta morte é confirmada

Além dos três jovens assassinados, outros oito adolescentes foram internados no Hospital da Restauração, no Recife, por problemas relacionados ao incêndio que tomou a unidade socioeducativa.

Um deles estava em estado grave, com 60% do corpo queimado, e em coma induzido por complicações respiratórias devido à inalação de fumaça do incêndio.

No início da noite desta terça-feira, o adolescente acabou morrendo. A informação é da assessoria de comunicação da unidade de saúde.

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