Fraude na merenda: para se livrar da prisão, ele fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral de Justiça (André Lopes/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2016 às 17h48.
São Paulo - A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo decidiu não pedir prorrogação da prisão temporária do lobista Marcel Julio.
Filho do ex-deputado Leonel Julio, que presidiu a Assembleia Legislativa de São Paulo e foi cassado em 1976, Marcel Julio teve a prisão decretada em janeiro na Operação Alba Branca por envolvimento com a organização que fraudava licitações em pelo menos 22 prefeituras e mirava em contratos da secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Na quinta-feira, 31, Marcel Julio entregou-se à Polícia Civil de Bebedouro onde funcionava a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), base da organização.
Para se livrar da prisão, ele fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral de Justiça. Ele depôs na sexta à noite e no sábado.
Numa conversa inicial, antes de selar as bases da colaboração, em reunião preliminar com procuradores do Ministério Público de São Paulo, Marcel apontou para o deputado Fernando Capez (PSDB), também para um assessor e um ex-assessor do tucano e detalhou um contrato da Secretaria da Educação do governo Alckmin em que teria ocorrido pagamento de propina.
O lobista citou o valor de R$ 490 mil que teria sido repartido com aliados de Capez - Merival dos Santos e Jeter Rodrigues.
Na sexta feira, 1, Marcel fez um primeiro depoimento de quase quatro horas na policia de Bebedouro. O relato do lobista foi interrompido quando ele começou a citar nomes de políticos com foro privilegiado - caso de Fernando Capez.