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Após encontro com Lula, Carlos Lupi diz que será ministro da Previdência

PDT queria ministério responsável por políticas públicas 'na ponta'; presidente do partido disse que teve apoio de Ciro Gomes

Lula e Lupi: presidente do PDT afirma que será parte da pasta da Previdência (Ricardo Stuckert/Flickr)
AO

Agência O Globo

Publicado em 29 de dezembro de 2022 às 12h27.

Última atualização em 29 de dezembro de 2022 às 12h43.

O presidente do PDT, Carlos Lupi , confirmou nesta quinta-feira que comandará o Ministério da Previdência do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que conta com o apoio “integral” do seu correligionário Ciro Gomes , que acabou a corrida presidencial em quarto lugar fazendo duras críticas ao petista. Lupi será anunciado ainda hoje pelo presidente eleito.

"Conversei ontem [ com Ciro Gomes ]. Ele apoia integralmente o meu nome e tem as divergências dele de campanha com o presidente Lula, mas a hora agora é de ajudar o Brasil. Lula é o presidente eleito, temos de fortalecê-lo para esse momento grave que o Brasil passou e resgatar a democracia e as instituições para que elas funcionem com mais eficiência", afirmou a jornalistas na saída do encontro.

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No segundo turno das eleições, Ciro Gomes fez uma tímida declaração de apoio a Lula, sem sequer citar o nome do petista em seu discurso, acompanhando a posição do partido. Na ocasião, Ciro afirmou que manifestava o apoio sem pedir cargo em troca.

"Adianto que não pleiteio e não aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas, como as que propusemos durante a campanha", afirmou.

Nesta quinta-feira, Lupi afirmou que ainda não pensa na formação do seu ministério, mas descartou a presença de Ciro Gomes na estrutura. O líder do partido afirmou que o ex-candidato será uma “alma livre”.

"O Ciro vai ser uma alma livre. Ele vai fazer cursos, capacitar, vai usar os instrumentos do que ele tem de melhor: suas ideias, sua cabeça, inteligência, para colaborar com o partido e elucidar sobre todos os temas que ele queira."

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Lupi foi sondado pela presidente do PT Gleisi Hoffmann há duas semanas e recebeu nova ligação da dirigente do partido nos últimos dias, reforçando o convite.

Após o contato de Gleisi, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, também telefonou a Lupi e ambos combinaram o encontro desta quinta-feira para sacramentar o convite.

Embora a bancada do PDT tivesse restrição a legenda assumir um ministério que não fosse responsável por políticas públicas "na ponta", com contato direto com a população , Lupi tem demonstrado a pessoas próximas que está animado com a pasta. Questionado se estava satisfeito com o espaço do partido no governo, Lupi afirmou que não se trata de “ficar ou não satisfeito, se trata de servir a nação”.

"Ministério sempre é um desafio, não se trata de a gente ficar ou não satisfeito, se trata de servir a nação. Eu acho que o ministério da Previdência está dilacerado, destruído, com desrespeito ao aposentado. É um desafio. E a minha vida toda foi enfrentar desafios."

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Nos cálculos de Lupi, as políticas do ministério terão atuação relevante pois terão reflexo em 35 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), sem contar 1,1 milhão de brasileiros à espera da concessão de algum tipo de benefício da Previdência Social. Segundo Lupi, um dos pedidos feitos por Lula seria a prioridade em terminar com essas filas.

"Ele [ Lula ] pediu muito empenho para acabar com as filas da Previdência, inclusive na questão do auxílio doença, ele quer que os prazos sejam mínimos possíveis e vamos entrar para trabalhar com muita dedicação e dar dignidade, respeito e carinho para os aposentados e pensionistas.

No guarda-chuva do ministério estão órgãos como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DataPrev). Lupi afirmou que pretende “dinamizá-los” e que precisarão de pessoas “técnicas, de origem dos órgãos” em seus comandos.

"São órgãos técnicos, que precisam ter pessoas qualificadas, técnicas de origem dos órgãos para comandá-los. Eu pretendo dinamizá-los, o INSS que é um instrumento para os aposentados precisa ser eficiente, dar resposta imediata, temos de fazer uma grande campanha para acabar com as filas, ampliar as agências, fazer convênios com os estados e municípios."

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