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Após eleição na Câmara Municipal, Doria nega racha no PSDB

Após anunciar mais seis secretários para sua gestão, Doria afirmou que o episódio é natural em uma disputa

Doria: o presidente do PSDB-SP lamentou a articulação (Rafael Cusato)

Doria: o presidente do PSDB-SP lamentou a articulação (Rafael Cusato)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 14h17.

São Paulo - O prefeito eleito de São Paulo João Doria (PSDB) negou nesta quinta-feira, 24, que haja um racha no partido depois da decisão da bancada de vereadores tucanos em apoiar o vereador Milton Leite (DEM) para presidir a Câmara a partir de janeiro, contrariando os diretórios municipal e estadual da legenda.

Após anunciar mais seis secretários para sua gestão, Doria afirmou que o episódio é natural em uma disputa "com dois times e caneladas". "Depois tudo se pacifica, foi assim nas prévias (para escolha do candidato à Prefeitura) e na Câmara vai acontecer a mesma coisa", disse o tucano.

Após a decisão, o vereador e presidente municipal do PSDB, Mario Covas Neto, que também tentaria a escolha para o cargo, lançou uma nota defendendo que seja um tucano o indicado para a cadeira, por ser o partido que mais elegeu vereadores. O Diretório Estadual da legenda também reagiu.

Em nota, o presidente do PSDB-SP e deputado estadual Petro Tobias lamentou a articulação e fez a mesma defesa de Covas para a escolha.

Doria afirmou que a escolha da Mesa Diretora da Câmara cabe aos vereadores e que ele não interferiu no processo. Também disse que não recebeu o pedido de apoio de Milton Leite nem de Mario Covas Neto. "Nenhum deles pediu, até porque não cabe pedir apoio ao prefeito e ao vice, cabe a eles organizarem, decidirem e votarem."

Creches

Apresentado como o secretário de Educação da gestão Doria, o ex-titular da pasta na gestão Gilberto Kassab (PSD), Alexandre Schineider, já admitiu que a promessa de campanha do prefeito eleito em zerar a fila de creches em um ano poderá não ser cumprida. "Vamos gerar o maior número possível de vagas, naquilo que o orçamento garantir", disse". "Vou trabalhar para zerar a fila. Se puder zerar em um ano será em um ano, se será em dois, será em dois."

Schineider afirmou que "a prioridade será ampliar o número de matrículas por meio de convênios, porque as crianças não podem esperar a gente construir as unidades." Ele reformou a promessa de Doria de criar agências reguladoras para fiscalizar a atuação de organizações sócias na gestão de equipamentos públicos, como as entidades que mantêm as creches.

Doria completou hoje o anúncio dos 22 secretários que vão compor seu governo. A lista não inclui o controlador geral do município, que com Doria perderá o status de secretário. O novo escolhido terá de se reportar a secretário de Negócios Jurídicos. "A Controladora irá continuar, valorizada", disse o tucano.

Outro nome anunciado por Doria foi da pastora Patrícia Bezerra, vereadora pelo PSDB, para a Pasta de Direitos Humanos e Cidadania, que tem entre suas funções a gestão de programas como o Transcidadnia, voltado para a população transsexual. A pastora prometeu que o programa será ampliado.

Organograma

O prefeito eleito fechou o organograma das 22 secretarias (são 27 na gestão atual). Duas novas secretarias vão ser criadas por Doria: a de Desestatização e Parcerias e a de Tecnologia e Inovação.

Das secretarias do prefeito Fernando Haddad (PT), sete perdem o status no primeiro escalão: Controladoria Geral do Município, Comunicação, Licenciamento, Políticas para as Mulheres, Promoção da Igualdade Racial, Relações Governamentais e Serviços.

Em entrevista coletiva, o prefeito eleito disse que a extinção das pastas não significa desvalorização das políticas, que "vão ser aprimoradas e valorizadas".

A Controladoria vai se integrar à Secretaria de Justiça, atual pasta de Negócios Jurídicos. Políticas para as Mulheres e Igualdade Racial farão parta da pasta de Direitos Humanos e Cidadania. A equipe de Doria ainda não explicou como serão organizadas as outras pastas extintas.

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