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Após disputa partidária, Decat assume direção de Furnas

Exaltando a importância da companhia no cenário elétrico nacional e aos brados de "Viva Furnas", o novo presidente prometeu aumentar a transparência na empresa

A Anatel vai leiloar 685 quilômetros de linhas de transmissão e dez subestações (EXAME)

A Anatel vai leiloar 685 quilômetros de linhas de transmissão e dez subestações (EXAME)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2011 às 19h09.

Rio - Doze dias após ser confirmado para o cargo, o novo presidente de Furnas Centrais Elétricas, Flávio Decat, assumiu hoje a cadeira em cerimônia com a presença de funcionários e da alta cúpula do setor elétrico, mas sem políticos por perto. Exaltando a importância da companhia no cenário elétrico nacional e aos brados de "Viva Furnas", o novo presidente prometeu aumentar a transparência na empresa e garantiu que vai passar um "pente fino" nas instalações da companhia para evitar novos apagões.

Apesar de ter se referido especialmente ao blecaute ocorrido em 2009, pelo qual a empresa foi responsabilizada, a suposta "operação pente fino" fez alusão ao desgaste da gestão anterior, que sai sob denúncias de desvios de caixa. A própria indicação de Decat para o cargo pôs fim à primeira disputa partidária dentro do atual governo. Quando o nome de Decat foi defendido publicamente pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, dentro da corrente ligada ao presidente do Senado, José Sarney, o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), rejeitou a indicação e ameaçou colocar os cargos do partido à disposição. A presidente Dilma Rousseff decidiu confirmar o nome de Decat como forma de barrar a pressão dos peemedebistas ligados ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Em rápida entrevista, após passar mais de uma hora recebendo uma fila de cumprimentos, Decat afirmou que deverá compor sua diretoria com base em critérios "estritamente técnicos", mas indicações serão feitas por Dilma. "Ao escolher um ex-servidor dessa casa para presidi-la, a presidente Dilma demonstra a confiança no futuro desta empresa", ponderou.

Segundo ele, o desafio, num primeiro momento, também será pacificar a empresa, alvo de investigação pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União. "Vamos passar um pente fino em nossas instalações para corrigir eventuais problemas em nosso sistema. Vamos pacificar a casa e ter a transparência mais absoluta possível", afirmou.

Pouco antes de Decat, o ex-presidente da empresa, Carlos Nadalutti Filho, falou das "perspectivas financeiras excelentes" de Furnas para o futuro e de sua "total adequação às normas de governança corporativa". Por fim, recorreu à Bíblia para afirmar que vem enfrentando "situações difíceis", mas que conta com amigos. Citando o apóstolo Marcos, disse que "não há fora do homem nada que, entrando nele, possa contaminar. Mas o que sai dele é o que contamina o homem". "Passamos por momentos e situações difíceis. Superamos estas agruras e estamos vivendo em tempo de penitência, mas logo a verdade prevalecerá".

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