Temer: ex-presidente afirmou que quer ficar preso em uma Sala de Estado Maior no Quartel General da PM de SP (Amanda Perobelli/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de maio de 2019 às 14h59.
Última atualização em 9 de maio de 2019 às 17h22.
São Paulo — O ex-presidente Michel Temer (MDB) chegou há pouco na sede da Polícia Federal em São Paulo para cumprir a decisão judicial de voltar à prisão. O emedebista deixou sua casa, em Pinheiros, na zona Oeste da capital, acompanhado de seu advogado.
Na noite desta quarta-feira (8), Temer já havia prometido se entregar voluntariamente, mas estava esperando a expedição do mandado de prisão. No começo da tarde, a justiça determinou que o ex-presidente se apresentasse até as 17 horas de hoje.
O coronel da reserva da Polícia Militar paulista João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, também precisa se entregar até as 17 horas.
Essa é a segunda vez que Temer e Lima são alvos de prisão preventiva. Em 21 de março, eles já haviam sido detidos no âmbito da Operação Descontaminação, a pedido da Justiça Federal do Rio de Janeiro.
Após quatro dias, um habeas corpus, agora cassado, foi expedido e eles voltaram para casa. Ambos são acusados de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa, acusados de desviar 1,8 bilhão de reais nas obras de construção da usina de Angra 3.
O desembargador Abel Gomes, presidente da Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), autorizou que o ex-presidente Michel Temer e o coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, fiquem presos em São Paulo.
Em despacho enviado à juíza Caroline Vieira Figueiredo, substituta da 7.ª Vara Criminal Federal do Rio, o desembargador destacou que "a legislação recomenda, em regra, a manutenção do custodiado (definitiva ou provisória) em carceragem no local de seu domicílio".
"De modo que Sua Excelência não só pode como deve autorizar o recolhimento de Michel Miguel Elias Temer Lulia e João Baptista Lima Filho desta forma."