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Após chuvas, Sabesp reduz racionamento em São Paulo

Os cortes no fornecimento de água, que chegaram a durar 15 horas no início de 2015, quando a crise hídrica se agravou, agora se estendem por 8 horas

Racionamento: os cortes no fornecimento de água, que chegaram a durar 15 horas no início de 2015, quando a crise hídrica se agravou, agora se estendem por 8 horas (Pedro França/Agência Senado)
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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2016 às 14h35.

São Paulo - Após uma sequência de meses chuvosos que ajudaram a elevar o nível dos reservatórios, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) diminuiu praticamente pela metade o período de racionamento de água feito por meio da redução da pressão na rede de abastecimento.

Os cortes no fornecimento de água na capital paulista, que chegaram a durar 15 horas, em média, no início de 2015, quando a crise hídrica se agravou, agora se estendem por 8 horas, segundo os novos horários de redução de pressão divulgados pela Sabesp em seu site.

Agora, o racionamento que começava por volta das 13h voltou a se concentrar no período noturno, a partir das 20h ou 22h, quando o consumo de água costuma ser menor.

Na maior parte das regiões, o fornecimento de água tem sido retomado ainda de madrugada, antes da 6h, quando o gasto aumenta. É o caso de Perdizes (zona oeste), Santo Amaro (sul), Sapopemba (leste) e Santana (norte).

A exceção é o bairro do Cursino, na zona sul, onde a manobra dura 12 horas e é feita das 6h às 18h. Em Marsilc, no extremo sul, o período de racionamento também é de 12 horas, mas a restrição começa às 20 horas. Questionada sobre o período de corte nas regiões, a Sabesp não se manifestou.

Segundo a Sabesp, a redução do racionamento tem ocorrido desde o dia 18 de dezembro, mês marcado pela recuperação do volume morto do Sistema Cantareira, após o aumento de mais de 50% do estoque de água nos seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo.

"A recuperação gradual dos mananciais permite que se volte, aos poucos, também à normalidade na operação da gestão de pressão. Isso significa melhora nas condições de fornecimento para os consumidores localizados nos pontos elevados e nas pontas de rede", afirma a companhia.

As mudanças foram sentidas pela servidora pública Andrea Soares, de 45 anos, moradora da Vila Sônia, zona sul. "Cheguei a mudar meu horário de trabalho para conseguir tomar banho quando tinha água. Agora, parece que a situação se normalizou", disse.

"Antes tinha água noite sim, noite não. Depois de dezembro, pararam de cortar", contou a vizinha Lourdes Moraes, de 65 anos, aposentada.

Na relação de horários de redução da pressão, a Sabesp chegou a divulgar que a Vila Sônia e outros seis distritos, entre os quais Morumbi, Butantã, Rio Pequeno e Jaguaré, não sofriam mais com a manobra feita na rede.

Após questionamento feito pela reportagem, a empresa alegou um erro de digitação. Ela ainda adota a medida em todos os bairros da capital. A informação correta seria divulgada nesta quarta-feira, 13.

Campanha

Para o engenheiro Antonio Eduardo Giansante, doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a redução do racionamento é positiva, mas deve ser acompanhada de uma campanha permanente de consumo de água consciente.

"O cenário e as notícias são muito positivos, mas não podemos abrir mão da economia de água. Precisamos mudar a mentalidade de abundância. Não vamos nos iludir com essa chuva toda, que é bem-vinda, porque água vai continuar sendo um desafio para uma metrópole de 22 milhões de habitantes", disse.

A redução da pressão é feita pela Sabesp desde 1997 para evitar perda de água por vazamento nas tubulações à noite. Em 2014, por causa da crise, ela foi sendo antecipada, prática admitida pela Sabesp apenas em abril daquele ano, após o Estado revelar a manobra.

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Os cortes no fornecimento de água na capital paulista, que chegaram a durar 15 horas, em média, no início de 2015, quando a crise hídrica se agravou, agora se estendem por 8 horas, segundo os novos horários de redução de pressão divulgados pela Sabesp em seu site.

Agora, o racionamento que começava por volta das 13h voltou a se concentrar no período noturno, a partir das 20h ou 22h, quando o consumo de água costuma ser menor.

Na maior parte das regiões, o fornecimento de água tem sido retomado ainda de madrugada, antes da 6h, quando o gasto aumenta. É o caso de Perdizes (zona oeste), Santo Amaro (sul), Sapopemba (leste) e Santana (norte).

A exceção é o bairro do Cursino, na zona sul, onde a manobra dura 12 horas e é feita das 6h às 18h. Em Marsilc, no extremo sul, o período de racionamento também é de 12 horas, mas a restrição começa às 20 horas. Questionada sobre o período de corte nas regiões, a Sabesp não se manifestou.

Segundo a Sabesp, a redução do racionamento tem ocorrido desde o dia 18 de dezembro, mês marcado pela recuperação do volume morto do Sistema Cantareira, após o aumento de mais de 50% do estoque de água nos seis mananciais que abastecem a Grande São Paulo.

"A recuperação gradual dos mananciais permite que se volte, aos poucos, também à normalidade na operação da gestão de pressão. Isso significa melhora nas condições de fornecimento para os consumidores localizados nos pontos elevados e nas pontas de rede", afirma a companhia.

As mudanças foram sentidas pela servidora pública Andrea Soares, de 45 anos, moradora da Vila Sônia, zona sul. "Cheguei a mudar meu horário de trabalho para conseguir tomar banho quando tinha água. Agora, parece que a situação se normalizou", disse.

"Antes tinha água noite sim, noite não. Depois de dezembro, pararam de cortar", contou a vizinha Lourdes Moraes, de 65 anos, aposentada.

Na relação de horários de redução da pressão, a Sabesp chegou a divulgar que a Vila Sônia e outros seis distritos, entre os quais Morumbi, Butantã, Rio Pequeno e Jaguaré, não sofriam mais com a manobra feita na rede.

Após questionamento feito pela reportagem, a empresa alegou um erro de digitação. Ela ainda adota a medida em todos os bairros da capital. A informação correta seria divulgada nesta quarta-feira, 13.

Campanha

Para o engenheiro Antonio Eduardo Giansante, doutor em Engenharia Hidráulica e Saneamento e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a redução do racionamento é positiva, mas deve ser acompanhada de uma campanha permanente de consumo de água consciente.

"O cenário e as notícias são muito positivos, mas não podemos abrir mão da economia de água. Precisamos mudar a mentalidade de abundância. Não vamos nos iludir com essa chuva toda, que é bem-vinda, porque água vai continuar sendo um desafio para uma metrópole de 22 milhões de habitantes", disse.

A redução da pressão é feita pela Sabesp desde 1997 para evitar perda de água por vazamento nas tubulações à noite. Em 2014, por causa da crise, ela foi sendo antecipada, prática admitida pela Sabesp apenas em abril daquele ano, após o Estado revelar a manobra.

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