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Após bares reabrirem aglomerados, Rio volta a ter missas presenciais

As paróquias que tiverem número maior de fiéis terão que fazer a programação de vários horários de missas. A entrada só será permitida com agendamento

Igreja da Candelária: As igrejas vão ter também que ter equipes preparadas para orientar as pessoas e disponibilizar álcool em gel e máscaras (Ruy Barbosa Pinto/Getty Images)

Igreja da Candelária: As igrejas vão ter também que ter equipes preparadas para orientar as pessoas e disponibilizar álcool em gel e máscaras (Ruy Barbosa Pinto/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de julho de 2020 às 14h57.

As igrejas do Rio voltam a ter missas presenciais amanhã (4) e o retorno vai seguir uma série de recomendações da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Só vão receber os fiéis as igrejas que tiverem feito a higienização, indicações com adesivos para a localização dos frequentadores respeitando o distanciamento, inclusive no momento da comunhão entre o fiel e o celebrante. Para evitar o contato direto, a hóstia será entregue na mão da pessoa que a levará à boca.

As igrejas vão ter também que ter equipes preparadas para orientar as pessoas e disponibilizar álcool em gel e máscaras para o caso dos fiéis que estiverem sem a proteção.

Com o início do isolamento social, as paróquias começaram a fazer, a partir do dia 20 de março, missas, orações e demais celebrações via internet, sem a presença do público. A abertura foi decidida após consultas a representantes da comunidade científica e autoridades do estado e do município que estão tratando das medidas de combate a disseminação da covid-19 no Rio.

“Sabemos que a pandemia continua, sabemos da situação que devemos ter todo o cuidado e prudência, porém a toda uma solução de tratamento na cidade. Esperamos que ninguém precise utilizar os leitos, mas têm como ser tratado”, disse o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo o cardeal, levou mais de um mês para que a Arquidiocese preparasse os protocolos que serão seguidos pelas paróquias. “No dia 7 de junho entregamos oficialmente a toda diocese as orientações para esse retorno. Tanto os padres como o povo têm em mãos as orientações que são amplas. Embora as 280 paróquias estejam autorizadas para funcionar, só vão ter a presença dos fiéis, as que se prepararam para atender as exigências.Também terão que ter apenas 30% de ocupação".

“Em geral, as 280 estão permitidas, mas depende se fizeram a higienização e se está capacitada ou não.Se não tiverem podem abrir mais tarde. Não serão todas as igrejas que estarão abertas. Vamos começar primeiro com as igrejas matrizes, as maiores. Nem todas irão abrir, depois temos mais de mil capelas e vamos devagarzinho, abrindo aos poucos com toda a prudência e passo a passo”, revelou, acrescentando que após as missas os frequentadores devem sair logo das igrejas e evitar aglomerações e reuniões.

Programação e agendamento

As paróquias que tiverem número maior de fiéis terão que fazer a programação de vários horários de missas para atender a todos que quiserem acompanhar presencialmente as celebrações. A entrada só será permitida aos que fizerem agendamento. “Tem várias opções. Tem um aplicativo que a própria Arquidiocese desenvolveu e algumas paróquias estão utilizando, a pessoa escolhe a igreja e horário para o seu ingresso. Alguns utilizam WhatsApp, outros marcam por telefone. Há uma variedade muito grande”, contou.

Para os fiéis de grupos de risco, a orientação é evitar a ida às paróquias e continuar acompanhando celebrações com transmissão onlline. “Os grupos de risco são convidados a participar de casa das missas online pela internet. Ninguém é obrigado a ir às igrejas. Nós dispensamos do cumprimento do preceito dominical”, completou.

Nesse período em que as igrejas estiveram fechadas para celebrações presenciais, ocorreram datas comemorativas de santos populares que costumam atrair grande quantidade de fiéis, como foram as de São Jorge, em 23 de abril, além dos chamados santos juninos Santo Antônio, São João e São Pedro, respectivamente nos dias 13, 24 e 29. Nesses casos, para que pudessem manifestar a sua fé o fiel teve que acompanhar as missas online.

Dom Orani disse que mesmo com a abertura, para evitar as aglomerações nas próximas datas comemorativas que ainda ocorrerão este ano, continua a recomendação de celebrações virtuais ou a elaboração das programações com diversos horários de missas. “Celebrações que costumam ter muita gente, mesmo sendo no futuro, enquanto não tiver um tratamento ou uma vacina para este vírus continua a orientação com distanciamento e várias missas. Em vez de ter uma só com mil pessoas, faz várias missas com 150, de forma que as pessoas possam marcar os seus horários”, orientou.

Celebração de abertura

Amanhã, o cardeal vai celebrar às 9h, na Catedral Metropolitana do Rio, no centro da cidade, a missa de abertura das igrejas. Para atender a orientação de apenas 30% de ocupação, o controle será feito na entrada do templo. Dom Orani destacou que em tempos normais, o templo tem capacidade de receber mais de 5 mil pessoas, mas só vai permitir a presença de 1.500 fiéis.

O público para esta missa será composto por padres e integrantes de paróquias que completaram mais de 25 anos de dedicação que não puderam ser comemorados durante a suspensão presencial. “Teremos representantes desse pessoal que não tiveram as celebrações durante três meses, então, será com eles. O máximo é de 1.500 pessoas, mas podemos ter menos”, comentou.

Dom Orani mandou uma mensagem aos frequentadores das paróquias do Rio. "Saber seguir aqueles que estarão acolhendo e orientação, tanto na higienização e controle de chegada das pessoas como também ao posicionamento dentro da igreja para os locais que podem sentar. Tudo aquilo que vamos aprender com as coisas que não estamos acostumados, como não dar as mãos às pessoas e não dar abraços, temos que aprender porque nosso povo é bastante afetivo. Isso não será possível neste momento de pandemia”, afirmou.

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