Apesar do rompimento, ninguém do PSL deixou governo Witzel até agora
Maior partido da Alerj, com 12 deputados, o PSL anunciou nesta semana a saída da base do governo do Rio de Janeiro
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de setembro de 2019 às 18h32.
Enquanto os deputados estaduais do PSL do Rio ainda tentam entender como funcionará a nova relação com o governo Wilson Witzel (PSC), os dois secretários filiados ao partido do presidente Jair Bolsonaro permaneciam nos cargos nesta quinta-feira, 19.
Ao contrário do que determinou o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), presidente estadual da legenda, os secretários de Ciência e Tecnologia, Leonardo Rodrigues, e de Vitimização e Amparo à Pessoa com Deficiência, Major Fabiana, ainda não deixaram os cargos.
A tendência é que Rodrigues continue no governo e se filie ao PSC. Nesta quinta-feira, 19, Witzel disse que os insatisfeitos do PSL "serão muito bem-vindos" no PSC. Já Major Fabiana, que foi uma indicação mais vinculada à sigla do que o secretário de Ciência e Tecnologia, deve sair do governo do Estado.
Estima-se que políticos do PSL tenham feito cerca de 40 indicações para funções menores em órgãos estaduais. Desses, ninguém renunciou até aqui, estima-se na agremiação. A única sinalização explícita de desembarque envolve a vice-liderança do governo na Assembleia Legislativa (Alerj), ocupada pelo deputado Alexandre Knoploch (PSL). Ele deve deixar a função.
De modo geral, porém, ainda não está claro como funcionará a relação entre o governador do Rio e o braço fluminense do PSL, muito próximo de Witzel. O governador aparece, por exemplo, ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL), o mais votado do Rio em 2018. Amorim está ao lado do hoje governador na emblemática foto em que exibe, quebrada, uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada a tiros, pelas costas, em 18 de março de 2018, com o motorista Anderson Gomes.
"Falar em oposição quando nós temos tantas linhas em comum acho até difícil", disse Witzel nesta quinta. Ele começou a mudar o discurso na tentativa de se posicionar como alguém mais moderado que Jair Bolsonaro para a eleição de 2022. A ordem para que o PSL desembarcasse do governo estadual foi dada porque o governador criticou Bolsonaro, disse que quer concorrer ao Planalto e negou que tenha sido eleito na esteira do bolsonarismo em 2018.