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Apesar do início de ano fulminante, mercado de trabalho vai desacelerar

Economista da LCA Consultores diz que geração de empregos formais dificulta combate à inflação

Lava-rápido: formalização de empregos no setor serviços não para de crescer (Lia Lubambo/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 17h00.

São Paulo – O recorde de empregos formais em fevereiro estimula o consumo e dificulta o combate à inflação. Porém, aos poucos, o mercado de trabalho – incluindo quem está na informalidade – dá sinais de desaquecimento.

A avaliação é do economista da LCA Consultores Fábio Romão, que participou nesta terça-feira (15) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

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“Se a gente olhar para uma informação que pegue todas as categorias de ocupação, não só a formal, a gente observa que o estoque de ocupados, ou seja, o número de pessoas trabalhando cresce atualmente a um ritmo interanual de 2%. Em outubro do ano passado, esse ritmo era de 4%. Portanto, já existe alguma desaceleração”, diz Romão.

Entre os fatores que explicam o recorde de empregos formais em fevereiro estão a pujança do setor de serviços e o carnaval no mês de março. “O empresário, sabendo que teria uma semana a menos em março, pode ter antecipado algumas contratações em fevereiro”, explica o economista.

Fábio Romão informa que a formalização do mercado de trabalho não para de crescer desde o início de 2005. “Esse movimento se intensificou entre o final de 2009 e o começo de 2010 por conta da saída da crise. Nós tivemos um movimento muito forte de recontratação dos trabalhadores da indústria, que tinham perdido seus postos de trabalho durante a crise. Além disso, houve um grande volume contratado nos serviços, que a gente tem visto até agora. Não por acaso, no número de fevereiro do Caged, o que a gente viu foi um recorde na geração de postos em serviços não só para fevereiro, mas para toda a série mensal do Caged.”

No momento em que o Banco Central trabalha para esfriar a economia, esse tipo de notícia não ajuda. “É lógico que uma participação muito maior de trabalhadores no mercado formal aumenta o nível de confiança dessas pessoas e o acesso ao crédito, o que acaba dificultando a missão do Banco Central.”

Na entrevista (para ouvi-la na integra, clique na imagem ao lado), o economista da LCA Consultores explica, em detalhes, como são calculados os diferentes tipos de dados de emprego divulgados pelo governo, e avalia se é factível a meta de 3 milhões de vagas formais.

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