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Apesar de novo piso, salário de professor continua baixo

Ministro da Educação deve anunciar novo piso de professores nesta quarta-feira. Apesar disso, aumento não deve tirar Brasil da lista de piores salários para docentes no mundo

A professora Monique Godoi Gomes Lescura dá aulas sobre desastres naturais na escola EM Caic em Lorena (SP) (Divulgação/ Fundação Victor Civita)

A professora Monique Godoi Gomes Lescura dá aulas sobre desastres naturais na escola EM Caic em Lorena (SP) (Divulgação/ Fundação Victor Civita)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 08h29.

São Paulo – São Paulo – O Ministério da Educação confirmou ontem o novo aumento no piso nacional do professor. Com o reajuste, o salário dos docentes deve ficar em R$ 1.918,16.

Para Roberto Franklin de Leão, presidente da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), o valor ainda é baixo. “É um aumento importante, mas está abaixo do que esperamos”, afirma.

Segundo Leão, um piso razoável estaria em torno de R$ 2.900, mais próximo do salário mínimo ideal calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

De acordo com dados OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), os professores brasileiros têm salários menores do que seus colegas em diversos países do mundo.

Numa comparação feita entre 38 países, o Brasil ficou em penúltimo lugar, com um salário anual de 10.375 dólares PPC (Paridade Poder de Compra). Ganhamos apenas da Indonésia.

Os dados são de um relatório de 2014, e referem-se aos salários recebidos em 2012 (veja tabela abaixo).

Para Mozart Neves Ramos, do Instituto Ayrton Senna, de 2012 para cá o cenário melhorou, mas não mudou muito. “Desde a lei do piso, o salário do professor no Brasil tem tido aumentos importantes. O problema é saímos de um patamar muito baixo”, afirma.

Segundo Ramos, em relação aos outros países, o Brasil continua com professores pouco valorizados.

“O que os países que estão no topo na educação mundial têm em comum? O fato de os jovens nesses lugares desejarem se tornar professores. A atratividade da carreira do magistério é estratégica para ter uma educação de qualidade. E isso não mudou por aqui”, explica.

País Salário anual do professor na educação básica, em dólares*
Luxemburgo 66.085
Alemanha 50.007
Suíça 48.904
Dinamarca 44.131
Austrália 37.221
Canadá 37.145
Holanda 37.104
Estados Unidos 36.333
Espanha 36.268
Noruega 34.484
Bélgica 33.667
Irlanda 33.602
Áustria 32.587
Finlândia 32.148
Suécia 30.695
Média da OCDE 29.411
Portugal 29.151
Nova Zelândia 28.961
Coreia do Sul 28.591
Inglaterra 28.321
Escócia 28.124
Itália 27.786
Japão 27.067
Eslovênia 27.006
França 26.247
Islândia 25.672
Turquia 24.834
Israel 19.680
Grécia 18.718
Chile 17.770
República Checa 16.986
México 15.556
Estônia 11.828
Polônia 11.388
Hungria 10.992
Eslováquia 10.644
Brasil 10.375
Indonésia 1.560
* Em dólares por PPC (Paridade de Poder de Compra)  
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