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Ao falar sobre escândalo no Facebook, Zuckerberg cita eleição do Brasil

Consultoria que coordenou campanha de Trump é acusada de usar dados do Facebook para influenciar eleições americanas - e poderia agir no Brasil também

FACEBOOK: empresa será ouvida em investigações na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos / REUTERS/Dado Ruvic (Dado Ruvic/Reuters)

FACEBOOK: empresa será ouvida em investigações na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos / REUTERS/Dado Ruvic (Dado Ruvic/Reuters)

Talita Abrantes

Talita Abrantes

Publicado em 22 de março de 2018 às 11h20.

Última atualização em 22 de março de 2018 às 11h31.

São Paulo – Em meio ao escândalo de vazamento de dados de usuários da rede social Facebook, o presidente e fundador da empresa Mark Zuckerberg afirmou na noite de ontem (21) que irá atuar para garantir a integridade das eleições de 2018 no Brasil.

“Há uma grande eleição na Índia este ano, há uma grande eleição no Brasil, há grandes eleições ao redor do mundo e você pode apostar que estaremos realmente comprometidos em fazer tudo o que precisamos para garantir a integridade desses pleitos no Facebook”, disse em entrevista à rede de notícias CNN.

No domingo, o Facebook admitiu que investiga o vazamento de dados de 50 milhões de usuários nos Estados Unidos. A suspeita é de que a consultoria britânica Cambridge Analytica, que fez a campanha presidencial de Donald Trump em 2016, tenha usado dados minerados da rede social para influenciar as eleições americanas.

Segundo informações do The New York Times, a consultoria também poderia agir para influenciar as eleições na Índia e no Brasil neste ano. A consultoria de marketing político CA Ponte, que representava a Cambridge Analytica no Brasil, rompeu a parceria nesta semana.

Anunciada no fim de 2017 e constituída oficialmente no mês passado, a empresa estava com tudo pronto para começar a prospectar clientes para as eleições brasileiras de outubro.

O publicitário André Torretta, que iria tocar a operação no país, contou ao jornal O Estado de S. Paulo que, ao longo do ano passado, negociou com a Cambridge Analytica uma parceria para uso da tecnologia de segmentação de mensagens da britânica por aqui.

Segundo ele, no entanto, o serviço de envio de mensagens em redes sociais que se mostrou eficaz na campanha de Donald Trump não poderia ser replicado por aqui. Ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, disse o publicitário, os perfis de usuários de redes sociais não são tão bem definidos.

No entanto, Torretta e a Cambridge Analytica já tinham chegado a um sistema ‘tropicalizado’ para garantir o envio de informações a determinados perfis de eleitores brasileiros, com um discurso adaptado conforme o posicionamento do destinatário, de moderado a radical.

Embora o acordo com a britânica agora esteja suspenso, o publicitário disse que pretende continuar de atuação em marketing político nas próximas eleições.

(com agências de notícias)

 

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