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Ano deve ser bom para setor de carne bovina, avalia CNA

Previsão é de que exportações do produto cheguem a 2 milhões de toneladas neste ano, um aumento de 25%

Custo de produção aumentou cerca de 21%, mas valor da arroba subiu 40% (China Photos/Getty Images)

Custo de produção aumentou cerca de 21%, mas valor da arroba subiu 40% (China Photos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2011 às 12h38.

Brasília - O ano de 2011 tem tudo para ser muito bom para o setor de carne bovina do país, de acordo com informações apresentadas hoje (10) pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A previsão do Fórum Permanente de Pecuária de Corte da instituição é de que as exportações de carne bovina somem 2 milhões de toneladas neste ano, um aumento de 25% em relação a 2010, quando foi embarcado 1,6 milhão de toneladas. Além disso, a arroba do boi gordo está em seu patamar mais elevado, com as cotações da BM&F BOVESPA indicando preços acima de R$ 100 até o segundo semestre.

A União Europeia vem retomando lentamente as compras de carne bovina in natura brasileira, produto que sofreu embargo, no início de 2008, por inadequações no sistema nacional de rastreabilidade do gado. A diminuição drástica das exportações para o bloco econômico, no entanto, está sendo compensada pelo crescimento de mercados que importam carnes menos nobres, a um preço menor, como Rússia, Hong Kong e países do Oriente Médio. Assim, o Brasil conseguiu, no ano passado, vender US$ 3,86 bilhões em carne bovina in natura, aumento de 27% sobre 2009.

Embora os custos de produção tenham aumentado cerca de 21% durante 2010, o preço da arroba do boi sofreu valorização de 40%, recuperando a margem de lucro do produtor. Na comparação entre o mês de janeiro dos últimos anos, o valor da arroba passou de R$ 74,24 no início de 2008 para R$ 80,81 em 2009, R$ 75,09 no ano passado e R$ 101,85 em 2011.

Para melhorar a imagem ainda desgastada do sistema produtivo brasileiro no mundo, principalmente em mercados como Oceania e Ásia - fechados para a carne bovina in natura brasileira por conta de o país ter áreas não reconhecidas internacionalmente como livres de febre aftosa com vacinação -, os representantes do setor estão apostando no Congresso Internacional da Carne, marcado para os dias 8 e 9 de junho em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

O estado, o segundo maior produtor nacional de gado, obteve, na semana passada, da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o status de livre de aftosa com vacinação para a área na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, a única de seu território que ainda não tinha o reconhecimento. Durante o congresso internacional, os participantes devem visitar propriedades pecuárias e conhecer melhor o sistema de criação de gado no país.

“Queremos mostrar a realidade brasileira indo às propriedades, mostrando que estamos cumprindo a parte social e também ambiental”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel.

“Precisamos fazer esse resgate e mostrar que fizemos o nosso dever de casa”, complementou o vice-presidente de finanças da CNA, Ademar Silva Júnior. Segundo eles, para ajudar nesse objetivo, foram chamados para o evento representantes de países com experiência em marketing para a carne, como Austrália, Estados Unidos e Argentina.

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