André do Rap entra em lista de procurados da Interpol
André de Oliveira Macedo foi condenado duas vezes em segunda instância por tráfico internacional de drogas e teve prisão preventiva decretada em 2014
Reuters
Publicado em 14 de outubro de 2020 às 06h20.
Última atualização em 14 de outubro de 2020 às 21h53.
Condenado por tráfico de drogas, André de Oliveira Macedo, o André do Rap, entrou para a lista de procurados da Interpol e do Ministério da Justiça e Segurança Pública, informaram nesta terça-feira o governo federal e a Polícia Federal.
O pedido de incluir o traficante na lista da Interpol foi feito pela PF na segunda-feira e efetivada nesta terça, segundo a corporação. O Ministério da Justiça e Segurança Pública também colocou em sua lista André do Rap, apontado como um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Desde domingo, a polícia do Estado de São Paulo procura André do Rap. A operação foi lançada depois que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, suspendeu no sábado decisão do também ministro do Supremo Marco Aurélio Mello que determinou a soltura de Macedo.
Marco Aurélio havia concedido habeas corpus para Macedo sob argumento de que o período que ele estava preso sem condenação definitiva excedia o permitido por lei.
Macedo foi condenado duas vezes em segunda instância por tráfico internacional de drogas e teve prisão preventiva decretada em 2014. No entanto, ficou foragido por cinco anos até ser preso no ano passado em uma operação policial que o encontrou vivendo em uma mansão em Angra dos Reis.
A decisão de soltá-lo gerou uma série de críticas, entre elas do governador paulista, João Doria (PSDB). Na quarta-feira, o Supremo vai apreciar em plenário o caso de André do Rap.
Na tarde desta terça, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão anterior que condenou André do Rap à pena de 15 anos, 6 meses e 20 dias pelo crime de tráfico internacional de drogas, informou o tribunal.
No julgamento do STJ, a Sexta Turma entendeu que não seria possível analisar o mérito do recurso do réu, em linha com o entendimento do tribunal.
Ao lado de outros réus, André do Rap foi investigado e denunciado no âmbito da Operação Oversea, deflagrada pela Polícia Federal em 2014.
A acusação feita pelo Ministério Público Federal (MPF) dizia que a organização criminosa integrada pelo traficante se especializou no envio de drogas para o exterior --principalmente para a Europa-- a partir do Porto de Santos (SP), com a utilização de contêineres.