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Ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres é preso pela Polícia Federal ao chegar no Brasil

Prisão preventiva havia sido decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na segunda-feira, após atos golpistas do último fim de semana

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF (Evaristo Sá/Getty Images)

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF (Evaristo Sá/Getty Images)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 14 de janeiro de 2023 às 08h47.

Última atualização em 14 de janeiro de 2023 às 15h55.

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado, 14, ao desembarcar em Brasília.

O ex-ministro chegou à capital federal às 7h18, no voo 7749, da Gol, que chegou com uma hora de atraso. Ele embarcou na noite desta sexta-feira, 13, no aeroporto de Miami. Ele estava com a família em Orlando, mesma cidade para onde viajou Bolsonaro antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva

Anderson Torres teve sua prisão preventiva decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na segunda-feira, 9, em meio a suspeitas de que tenha facilitado o ataque de apoiadores do Bolsonaro às sedes dos Três Poderes no fim de semana passado.

Em sua decisão, que foi referendada pela maioria dos ministros do supremo em julgamento virtual, Moraes disse ver "fortes indícios" de que ele foi "conivente" com os atos golpistas na capital federal. Além da prisão, o ministro também determinou busca e apreensão de documentos na casa de Torres, que foi cumprida na quinta-feira, 12.

Durante a ação, foi encontrada uma minuta de decreto presidencial de estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo, de acordo com o rascunho, era reverter o resultado da eleição em que Bolsonaro foi derrotado pelo atual presidente Lula.

Torres chegou a ser exonerado da pasta pelo governador Ibaneis Rocha ainda durante as manifestações gospistas do último domingo. Antes de se juntar ao governo do Distrito Federal, Anderson Torres foi ministro da Justiça, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em uma rede social, quando ainda estava nos EUA, Torres havia dito que retornaria ao Brasil para se entregar à Justiça e preparar sua defesa. Ele negou que tenha sido conivente com os atos em Brasília.

Em entrevista nesta sexta-feira, 13, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que ainda não há elementos para investigar Bolsonaro no caso da minuta encontrada na casa de Torres, mas disse que a apreensão do documento "já é um fato relevante".

"É claro que isso constará do inquérito policial, porque configura ainda mais cabalmente que existe uma cadeia de responsáveis pelos eventos", afirmou. Durante a entrevista, Dino havia dito que pediria a extradição de Torres se o ex-ministro não retornasse ao Brasil.

Também nesta sexta, Moraes incluiu Jair Bolsonaro na investigação sobre os atos golpistas. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República. O requerimento foi apresentado na apuração sobre a autoria intelectual dos protestos violentos de domingo.

No mesmo dia, o ministro também acatou outro pleito da PGR e determinou a abertura de inquérito para apurar supostas "condutas omissivas e comissivas" de Ibaneis, Torres, Vieira e do ex-secretário interino da pasta Fernando Oliveira.

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