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Amigo de um dos suspeitos de matar Marielle tinha 117 fuzis em casa

Ele foi preso em flagrante na Operação Lume após terem sido encontradas em sua casa caixas com grande quantidade de armamento

Suspeitos: os dois foram presos na madrugada desta terça-feira (12), no Rio de Janeiro (Polícia Civil/Divulgação)

Suspeitos: os dois foram presos na madrugada desta terça-feira (12), no Rio de Janeiro (Polícia Civil/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 12 de março de 2019 às 20h34.

Além dos dois suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, há quase um ano no centro do Rio, um homem identificado como Alexandre Motta está detido na Delegacia de Homicídios. Ele foi preso em flagrante na Operação Lume, deflagrada nesta terça-feira (12), após terem sido encontradas em sua casa caixas com grande quantidade de armamento, incluindo peças para montar 117 fuzis do tipo M-16.

O advogado Leonardo da Luz, responsável pela defesa de Alexandre, disse que este não sabia o que havia dentro das caixas, que teriam sido mantidas lacradas. "Ele é amigo do [Ronnie] Lessa há anos e apenas lhe fez o favor de armazenar essa encomenda em seu apartamento. Ele não sabia do que se tratava. E foi uma surpresa para ele ver o que se encontrava dentro das caixas. Ele não tem nada a ver com esse episódio lamentável envolvendo a vereadora."

O policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, que foi expulso da corporação, foram presos preventivamente na Operação Lume. Eles foram apontados pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) como participantes do assassinato de Marielle e Anderson. Lessa foi acusado de ser autor dos disparos e Élcio, de conduzir o veículo de onde partiram os tiros que atingiram a vereadora e o motorista.

A operação em que Lessa e Élcio foram presos ocorreu dois dias antes de o crime completar um ano. Além dos dois mandados de prisão, foram cumpridas 32 ordens de busca e apreensão, uma das quais no imóvel de Alexandre, na zona norte do Rio. "Ele me abraçou e chorou. Está impressionado e não sabe o que está fazendo aqui. De repente, ele está se vendo no meio dessa turbulência", disse o advogado.

Segundo Leonardo da Luz, Alexandre confiava em Lessa devido à relação de amizade entre ambos. "O Alexandre cuida do irmão dele [Lessa]. No caso, Alexandre tem a guarda do irmão dele, que tem uma deficiência mental infantil. Inclusive é pensionista do Estado", acrescentou .

Como a prisão foi em flagrante, Alexandre deve ser ouvido em 24 horas em uma audiência de custódia, onde o juiz avaliará se há necessidade de mantê-lo detido. A defesa vai pedir sua soltura, alegando que ele não tem antecedentes criminais, tem residência fixa e está trabalhando.

No caso de Lessa e Élcio, ainda não há informação sobre uma possível transferência para alguma unidade penitenciária. Segundo a defesa dos dois, eles dormem nesta terça-feira na Delegacia de Homicídios. De acordo com os advogados, o delegado deverá colher os depoimentos amanhã (13). Os advogados negam que os clientes tenham se recusado a falar e afirmam que ainda não tiveram acesso à denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro e ao registro de ocorrência das prisões.

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