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Em entrevista, Alvim nega ser nazista e culpa "coincidência infeliz"

Após parafrasear ministro da Propaganda de Hitler em vídeo, secretário nega inspiração: “Vou provar para o professor Olavo que estou bem da cabeça”

Roberto Alvim (YouTube/Reprodução)

Ligia Tuon

Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 11h26.

Última atualização em 17 de janeiro de 2020 às 15h10.

São Paulo - Depois de ser criticado por copiar trechos de um discurso do ministro da Propaganda da Alemanha nazista , o secretário da Cultura do governo Bolsonaro voltou a se defender e disse que as frases citadas são apenas semelhantes.

Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã dessa sexta-feira (17) Roberto Alvim afirmou que a semelhança das frases foi uma "coincidência" e que ele não sabia que os trechos ditos se assemelhavam aos de Joseph Goebbels.

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“O regime nazista é tão genocida quanto qualquer regime totalitário de esquerda do século XX, como Mao [Tsé-Tung], [Josef] Stalin e Fidel [Castro]. Stalin e Che têm grandes frases também. O que aconteceu neste caso foi isso”, justificou.

Em um vídeo publicado na noite desta sexta-feira (17) para divulgar um novo concurso nacional de artes, Alvim usa o seguinte trecho:

“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada.”

Após a publicação do vídeo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e outros políticos e movimentos pediram a demissão de Alvim.

O escritor Olavo de Carvalho, principal inspiração filosófica do governo Bolsonaro, também se posicionou nas redes sociais.

“É cedo para julgar, mas o Roberto Alvim talvez não esteja muito bem da cabeça", escreveu. À Rádio Gaúcha, Alvim respondeu a ele: “Vou provar para o professor Olavo que estou bem da cabeça”, disse.

Embora tenha dito que a semelhança foi por coincidência, Alvim reconheceu que preparou 90% do discurso e que o restante foi produzido pela equipe da secretaria da Cultura.

“Não há nenhum problema na frase que eu disse. Foi uma coincidência infeliz essa frase ter caído na minha mesa. Não pode se depreender disso uma vinculação minha com o ideário espúrio nazista. A ideia que a nobreza de um indivíduo vem de seu sangue é desprezível”, afirmou.

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