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Alunos são os grande penalizados por greve, diz reitora

Marilza cobra compreensão das categorias e o fim da paralisação nas Universidades de São Paulo (USP), Unicamp e Unesp

Greve na USP: "Não consigo imaginar uma universidade pública parada por mais de 60 dias porque os sindicatos não querem negociar a pauta específica", disse reitora (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 13h50.

São Paulo - Sem perspectiva de mais verbas a curto prazo, o impasse salarial nas universidades estaduais de São Paulo ficou mais acirrado com a volta às aulas.

Para a presidente do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp), Marilza Vieira Cunha Rudge, a chance de reajuste para professores e funcionários, em greve há mais de dois meses, continua baixa. "A economia não está crescendo na velocidade das nossas demandas".

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Marilza cobra, porém, compreensão das categorias e o fim da paralisação nas Universidades de São Paulo ( USP ), Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp). "Os grandes penalizados pela greve são os alunos", diz Marilza, que também é vice-reitora em exercício da Unesp.

Para resolver o impasse da greve, Marilza explica que "são situações diferentes conforme a intensidade e o tamanho da paralisação nas universidades. A situação da USP é mais complicada. Existe intransigência do Fórum das Seis (que reúne as entidades sindicais das três instituições) de caminhar nas pautas específicas".

"Por mais que queiramos negociar, não temos retorno. Neste aspecto, a Adunicamp (Associação de Docentes da Unicamp) entendeu que realmente é impossível aumentar a massa salarial e optou por um abono (de 21% sobre o salário de julho). Isso foi interessante. Não consigo imaginar uma universidade pública, mantida com recursos públicos, parada por mais de 60 dias porque os sindicatos não querem negociar a pauta específica. Os grandes penalizados pela greve são os alunos, que não podem fazer nada."

Para retomar a negociação salarial no mês que vem, com perspectiva de reajuste baixo, a reitora afirma que, "para conseguirmos chegar a um porcentual de reajuste, teríamos de ter um aumento do ICMS de 4% ou 5%. Infelizmente não acredito que a economia cresça assim no segundo semestre. Não estou otimista para a nova negociação. Como não podemos diminuir os custos no serviço público, temos de, no mínimo, evitar aumento de gastos."

Marilza diz estar confiando na reunião com os professores e os funcionários, "que tenhamos inteligência para avançar nas pautas específicas", e não acha que o corte de ponto dos grevistas na Unesp, como houve na USP é o caminho.

"Conseguimos colocar na Lei de Diretrizes Orçamentárias a inclusão de "no mínimo 9,57%" (nos repasses do ICMS). O termo "no mínimo" dá a perspectiva de aportar mais recursos para as universidades: verbas complementares e pontuais vinculadas a uma obra ou um projeto, mas não recursos permanentes. Agora nós estamos trabalhando com a Assembleia Legislativa na montagem da Lei Orçamentária Anual. Também buscamos parcerias com o governo federal e outras fontes", disse sobre o avanço no diálogo com o governo por mais verbas.

No caso do aumento de porcentagem de ICMS para as universidades, Mariliza afirma, "Se aumentar, o governo terá de tirar de outro lugar. Do ensino fundamental? Da saúde? Ou da segurança? É um quebra-cabeça. Vivemos no país uma situação complicada na economia. Quando ela cresceu, nossos salários andaram bem. Quando a economia vai mal, nossos salários também vão e aparece a crise."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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