Alunos da PUC-SP ocupam a reitoria
Cerca de 70 alunos levaram travesseiros, colchões e comida para passar a noite na universidade
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2015 às 12h27.
São Paulo - Estudantes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ( PUC -SP), em Perdizes, zona oeste da cidade, ocupam a reitoria da universidade desde o início da noite desta terça-feira, 17. O movimento reivindica maior diálogo com a direção e transparência sobre as finanças da instituição.
Cerca de 70 alunos levaram travesseiros, colchões e comida para passar a noite na universidade. Estudantes do período da manhã também aderiram ao protesto. "Passamos nas salas divulgando as pautas", explicou Bruno Matos, de 25, que é estudante do 4º ano de Jornalismo na instituição e faz parte de uma comissão de comunicação da ocupação.
A ocupação pretende pressionar a reitoria Anna Cintra pela abertura de negociações. A decisão de ocupação foi votada ontem, por cerca de 500 estudantes.
Após dispensar 50 professores em dezembro, a PUC mandou embora em janeiro 35 funcionários técnico-administrativos - 2,5% do quadro. Além disso, os alunos denunciam corte de subsídios no restaurante - que passou de R$ 5,60 para R$ 10,30 -, fechamento de cursos e aumento do valor das mensalidades. O movimento quer informações sobre a crise financeira da instituição e possíveis dívidas.
A assessoria de imprensa da PUC-SP confirmou a ocupação, mas ainda não se posicionou oficialmente.
Leia íntegra da nota publicada na manhã desta quarta-feira, 18, pelos estudantes :
A PUC é nossa! Nesta terça-feira, nós, centenas de estudantes da PUC-SP, indignados com a crescente intervenção da Fundação São Paulo, que impede o exercício da nossa democracia e nos tira poder de decisão sobre os rumos da universidade, ocupamos a reitoria como ato político necessário para exigir que sejamos ouvidos! Foi reivindicado o diálogo, protocolando um pedido de audiência pública com a reitora imposta e os padres da Fundação, porém esse foi simplesmente ignorado. Nossa educação está sendo sistematicamente precarizada e a história da PUC insistentemente destruída. Não iremos aceitar essa imposição da reitoria e da Fundação!
Manifestamos insatisfação generalizada em relação à atual gestão da universidade, principalmente quanto à: mercantilização do ensino, ausência de incentivo à pesquisa e projetos de extensão, além do aumento abusivo e subsequente das mensalidades; demissões sumárias de professores e funcionários e precarização de seu trabalho, com aumento de carga horária mantendo os mesmos salários e contratação de auxiliares de ensino (em caráter temporário, que os coloca em condição de vulnerabilidade); terceirização dos funcionários, retirando seus direitos trabalhistas; fechamento de cursos não rentáveis; precariedade de políticas de permanência, como o corte no subsídio do bandejão e ausência de creche para mães estudantes; oposição à mobilização estudantil e perseguição política de estudantes e professores.
Tal contexto é justificado pela Fundação São Paulo sob o argumento vago de uma crise financeira, que nunca foi devidamente explicada, levando à necessidade desses "corte de custos". A situação se agrava principalmente pela atual estrutura autoritária de gestão da universidade, que tem o Conselho Administrativo (CONSAD) - composto por três membros com direito a voto, Secretários Executivos e a Reitoria - como máxima instância deliberativa. Apesar de estatutariamente possuir competência limitada às questões administrativas e financeiras, na prática, delibera sobre todos os rumos da universidade, ignorando as decisões do Conselho Universitário (CONSUN), competente para lidar com questões acadêmicas e que possui representatividade dos demais setores da comunidade.
São Paulo - Estudantes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ( PUC -SP), em Perdizes, zona oeste da cidade, ocupam a reitoria da universidade desde o início da noite desta terça-feira, 17. O movimento reivindica maior diálogo com a direção e transparência sobre as finanças da instituição.
Cerca de 70 alunos levaram travesseiros, colchões e comida para passar a noite na universidade. Estudantes do período da manhã também aderiram ao protesto. "Passamos nas salas divulgando as pautas", explicou Bruno Matos, de 25, que é estudante do 4º ano de Jornalismo na instituição e faz parte de uma comissão de comunicação da ocupação.
A ocupação pretende pressionar a reitoria Anna Cintra pela abertura de negociações. A decisão de ocupação foi votada ontem, por cerca de 500 estudantes.
Após dispensar 50 professores em dezembro, a PUC mandou embora em janeiro 35 funcionários técnico-administrativos - 2,5% do quadro. Além disso, os alunos denunciam corte de subsídios no restaurante - que passou de R$ 5,60 para R$ 10,30 -, fechamento de cursos e aumento do valor das mensalidades. O movimento quer informações sobre a crise financeira da instituição e possíveis dívidas.
A assessoria de imprensa da PUC-SP confirmou a ocupação, mas ainda não se posicionou oficialmente.
Leia íntegra da nota publicada na manhã desta quarta-feira, 18, pelos estudantes :
A PUC é nossa! Nesta terça-feira, nós, centenas de estudantes da PUC-SP, indignados com a crescente intervenção da Fundação São Paulo, que impede o exercício da nossa democracia e nos tira poder de decisão sobre os rumos da universidade, ocupamos a reitoria como ato político necessário para exigir que sejamos ouvidos! Foi reivindicado o diálogo, protocolando um pedido de audiência pública com a reitora imposta e os padres da Fundação, porém esse foi simplesmente ignorado. Nossa educação está sendo sistematicamente precarizada e a história da PUC insistentemente destruída. Não iremos aceitar essa imposição da reitoria e da Fundação!
Manifestamos insatisfação generalizada em relação à atual gestão da universidade, principalmente quanto à: mercantilização do ensino, ausência de incentivo à pesquisa e projetos de extensão, além do aumento abusivo e subsequente das mensalidades; demissões sumárias de professores e funcionários e precarização de seu trabalho, com aumento de carga horária mantendo os mesmos salários e contratação de auxiliares de ensino (em caráter temporário, que os coloca em condição de vulnerabilidade); terceirização dos funcionários, retirando seus direitos trabalhistas; fechamento de cursos não rentáveis; precariedade de políticas de permanência, como o corte no subsídio do bandejão e ausência de creche para mães estudantes; oposição à mobilização estudantil e perseguição política de estudantes e professores.
Tal contexto é justificado pela Fundação São Paulo sob o argumento vago de uma crise financeira, que nunca foi devidamente explicada, levando à necessidade desses "corte de custos". A situação se agrava principalmente pela atual estrutura autoritária de gestão da universidade, que tem o Conselho Administrativo (CONSAD) - composto por três membros com direito a voto, Secretários Executivos e a Reitoria - como máxima instância deliberativa. Apesar de estatutariamente possuir competência limitada às questões administrativas e financeiras, na prática, delibera sobre todos os rumos da universidade, ignorando as decisões do Conselho Universitário (CONSUN), competente para lidar com questões acadêmicas e que possui representatividade dos demais setores da comunidade.