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Aloysio acusa Dilma de estelionato; Gleisi faz defesa

Senador criticou recente ajuste no preço dos combustíveis e o aumento na taxa de juros, medidas que foram colocadas em prática somente após o segundo turno


	Aloysio Nunes: ele acusou a presidente Dilma de cometer "estelionato" durante campanha
 (Moreira Mariz/Agência Senado)

Aloysio Nunes: ele acusou a presidente Dilma de cometer "estelionato" durante campanha (Moreira Mariz/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2014 às 16h39.

Brasília - Os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) discutiram nesta segunda-feira, no Senado.

Em discurso na tribuna, Aloysio, que foi vice na chapa do tucano Aécio Neves, acusou a presidente Dilma Rousseff (PT) de cometer "estelionato" durante a campanha.

Ex-ministra da Casa Civil, Gleisi saiu em defesa da petista. O senador argumentou que Dilma mentiu sobre a situação econômica do país para conseguir ser reeleita.

Aloysio criticou, por exemplo, o recente ajuste no preço dos combustíveis e o aumento na taxa de juros, medidas que foram colocadas em prática somente após o segundo turno.

"O que é o estelionato? O estelionato é um crime que consiste em obter para si ou para outrem vantagem ilícita em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro mediante artifício ardil ou qualquer outro meio fraudulento. Não foi isso, exatamente, no sentido rigoroso, político, que fez a presidente. Mas no sentido político, no sentido moral, foi isso, sim", disse.

Em seguida, Gleisi pediu a palavra e subiu à tribuna para defender a presidente: "Temos que respeitar a chefe da nação. As medidas tomadas por Dilma em nenhum momento contradizem suas ações de campanha. Não vejo base para vossa excelência vir aqui dizer que a presidenta é uma mentirosa ou uma estelionatária".

Ao pedir um aparte, Aloysio disse que a presidente cometeu estelionato eleitoral, mas "não no sentido literal da palavra".

"Durante a campanha, ela escondeu a situação real do Brasil, nada do que ela disse fazia supor que ela tomaria essas medidas após eleição."

Gleisi afirmou que o aumento no preço da gasolina é algo que acontece todos os anos e que o governo não vai colocar em prática um tarifaço, como sugeriu o tucano.

"O senhor não vai ver arrocho", disse. A petista também aproveitou a discussão para alfinetar o tucano e dizer que estava na hora de ele reconhecer a derrota nas urnas e descer do palanque.

"Eu já desci do palanque, estou no Senado. A minha função é ficar aqui e, com a força do meu mandato, fiscalizar o governo", rebateu Aloysio.

Água

No meio da discussão, a crise no abastecimento de água no estado de São Paulo, governado pelo tucano Geraldo Alckmin, entrou em pauta.

"Com todo o respeito, de nada adianta a gente ficar com ataques, estamos no momento de unir esforços. Temos que garantir o fim da seca em São Paulo", disse Gleisi.

Aloysio, por sua vez, argumentou que esse problema não afeta somente São Paulo.

"Essa é mais uma mentira, mais uma das enganações da presidente da República."

Dilma e Alckmin se reuniram nesta segunda-feira para discutir uma solução conjunta para a crise hídrica do estado.

Superávit primário

Nunes afirmou hoje também que a oposição vai ser contra a intenção do governo federal de reduzir, agora, a meta de superávit primário de 2014.

O Executivo deve enviar esta semana ao Congresso um projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano para revisar a meta.

"Consertar a LDO no final do ano é uma piada de mau gosto. É cobrir a nudez com folha de parreira", criticou o tucano, em entrevista.

A meta fiscal está prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, que prevê uma espécie de "piso" de R$ 49 bilhões para o superávit, considerando a previsão de desconto dessa meta das despesas com investimentos e as desonerações tributárias.

Mas, mesmo esse piso, que considera abatimentos de R$ 67 bilhões, não poderá ser cumprido diante da forte deterioração das contas públicas, sobretudo no período eleitoral.

Esses números consideram meta de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). O governo terá de reajustar para baixo esse porcentual.

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