Brasil

Aliados exigem "combo Lula-Dilma" para apoiar reeleição

Os aliados argumentam qe o apelo eleitoral e o poder de transferência de votos de Lula, segundo pesquisas, é maior do que o de Dilma


	Lula e Dilma em evento do PT: o ex-presidente já anunciou que em 2014 percorrerá o país em uma agenda própria e independente da de Dilma
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Lula e Dilma em evento do PT: o ex-presidente já anunciou que em 2014 percorrerá o país em uma agenda própria e independente da de Dilma (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 09h13.

Brasília - Aliados do governo federal exigiram ontem, em negociações para cimentar o apoio ao projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff, que a agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição esteja atrelada aos acordos firmados pelo PT. Isso significa que o acerto sobre a participação da presidente na campanha do aliado terá que valer também para Lula.

O ex-presidente já anunciou que em 2014 percorrerá o país em uma agenda própria e independente da de Dilma, uma vez que ela, ao contrário da eleição de 2010, já se tornou conhecida do eleitor. O receio dos aliados é de que os acordos de 2014 feitos com o PT não incluam Lula, cujo apelo eleitoral e poder de transferência de votos, segundo pesquisas, é maior do que o de Dilma.

Isso explicaria a exigência do "combo Lula-Dilma". As conversas para garantir o apoio a Dilma em 2014 envolvem, também, espaços no governo e concessões do PT na formação dos palanques estaduais.

Ontem, o presidente do PT, Rui Falcão, desembarcou em Brasília para uma série de encontros com aliados. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT), provável coordenador político da reeleição de Dilma, participou de algumas conversas, que ocorreram no gabinete dele no Ministério da Educação.

Mercadante tinha em sua agenda despachos internos a partir das 16h30. Mas o presidente do PT se instalou no gabinete do ministro, para onde seguiram alguns dos dirigentes dos partidos da base aliada.

Os primeiros a chegar foram o presidente nacional do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), e o senador Antonio Carlos Rodrigues, presidente do PR paulista. Depois deles, apareceram o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).


"Recebi um chamado do ministro Mercadante, que quer conversar sobre o quadro eleitoral", disse Ciro ao chegar ao Ministério da Educação, aparentando surpresa com o fato de Rui Falcão já estar na sala o aguardando.

Chapa EduMarina

A movimentação toda ocorre dez dias depois da adesão da ex-ministra Marina Silva ao PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato a presidente contra Dilma em 2014. Também se dá dias depois de pesquisas de intenção de voto apontarem vitória de Dilma no primeiro turno, mas com um cenário de crescimento de Eduardo Campos.

Mercadante disse que a conversa com os partidos aliados está "indo muito bem". "As perspectivas de manter a aliança são ótimas. E nossas conversas com o PR e o PP estão muito avançadas."

A assessoria de Mercadante afirmou que a legislação eleitoral não veda a realização de encontros partidários no horário do expediente. Admitiu que partiu dele a iniciativa de chamar dirigentes do PR e a cúpula do PP para as conversas de ontem. Hoje, Rui Falcão e Mercadante devem conversar com o presidente do PDT, Carlos Lupi.

A antecipação das negociações com os partidos governistas foi acertada na quinta-feira passada em reunião de Lula com Dilma, Mercadante, Falcão, o ex-ministro Franklin Martins e o marqueteiro João Santana. Lula sugeriu a Dilma que amarrasse os aliados com a maior urgência possível diante do assédio do tucano Aécio Neves e de Campos, ambos prováveis adversários.


Ontem, o presidente interino do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), informou a Rui Falcão que seu partido fará aliança com Eduardo Campos em Pernambuco e no Piauí. Raupp disse ainda que o PMDB e o PT serão adversários em nove Estados, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, três dos maiores colégios eleitorais do País.

Maranhão

No Maranhão, a decisão da cúpula petista é apoiar Flávio Dino (PC do B), mas a "traição" ao grupo do senador José Sarney (PMDB) contrariou o PMDB e levou a Planalto divulgar ontem nota afirmando que "não existe interferência presidencial na eleição do Maranhão". O Planalto trata a possível aliança com Dino como "especulação".

O PMDB aguarda ainda a nomeação do senador Vital do Rêgo (PB) para o Ministério da Integração Nacional.

O PP espera do PT coligação para as eleições de deputados, pois tem como seu principal objetivo ampliar a bancada, hoje de 44 parlamentares. O partido exige, ainda, a manutenção do Ministério das Cidades. No Amazonas, quer apoio de Lula e Dilma para eleger a deputada Rebecca Garcia ao governo.

Já o PR pretende tirar de Dilma e do governo a garantia de que o Ministério dos Transportes ficará com o partido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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