Alckmin e Aécio: "Essa não é questão programática, é uma unanimidade de que todos devemos ajudar, pois precisa ter base parlamentar" (Marcos Fernandes / Coligação Muda Brasil)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2016 às 15h25.
Ribeirão Preto - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), reafirmou ser pessoalmente contra ao PSDB indicar nomes para compor o ministério de Michel Temer (PMDB), caso o vice-presidente assuma o governo com o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo Senado.
"Sou contra e já externei isso", disse Alckmin durante visita à Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).
A posição de Alckmin diverge da adotada pelos senadores paulistas do PSDB, Aloysio Nunes e José Serra, que defenderam abertamente que os tucanos indiquem nomes para um eventual governo Temer.
O governador, que está entre os pré-candidatos do PSDB a presidente em 2018, considerou uma "questão menor" indicar quadros políticos para Temer, e disse que cabe ao partido discuti-la. No entanto, avaliou não ser necessária uma consulta ampla aos tucanos para tirar uma posição sobre o assunto. Para ele, bastam conversas.
"Defendo que nós temos, completando o processo de afastamento no Senado e assumindo o vice-presidente, a responsabilidade de ajudar. É preciso reformas macro, recuperar economia, emprego, confiança; é nosso dever apoiar e não precisamos nem ter Pasta nem cargo para fazer isso", afirmou o governador.
"Essa não é questão programática, é uma unanimidade de que todos devemos ajudar, pois precisa ter base parlamentar. Se vai participar com quadros no ministério, ou não, é questão menor e cabe ao partido discuti-la."
Dívidas
Ainda na Agrishow, o governador afirmou estar "confiante" e "otimista" de que o Supremo Tribunal Federal (STF) manterá, no julgamento de quarta-feira, 27, a correção de dívidas de Estados por juros simples e não por juros compostos, como o governo federal demanda.
"Não se está discutindo o contrato, que é com juros compostos e não há qualquer mudança. O que está se discutindo é o resíduo (do contrato) e o projeto de lei do Executivo aprovado pelo Congresso diz claramente que o objetivo é reduzir esse resíduo. Mas quando se aplica a fórmula (por juros compostos) ele aumenta", disse.
"Governadores já conseguiram as liminares e estamos confiantes e otimistas".
O governador afirmou ainda que o ex-governador Mário Covas renegociou, em 1997, R$ 46,5 bilhões em dívidas de São Paulo, pagou R$ 130 bilhões e o Estado ainda deve R$ 222 bilhões.
"O Brasil não pode conviver com essa doença do maior juro do mundo, porque desestimula a atividade produtiva. Não tem justificativa, pois não se está discutindo o contrato e não se pode contrariar a lei", disse.