Alckmin: "Somos um país que não tem dinheiro para matar mosquito e ao sair passei por aqueles prédios suntuosos" (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 13h32.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ter ficado surpreso ao deixar reunião com o governo federal em Brasília na terça-feira, 8, e ver que o país tem dificuldade de combater o surto de zika vírus, associado à epidemia de microcefalia por falta de recursos.
"Somos um país que não tem dinheiro para matar mosquito e ao sair passei por aqueles prédios suntuosos", afirmou em discurso no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, onde se inicia um evento sobre combate à corrupção.
Em tom crítico ao governo federal, mas sem citar diretamente a presidente Dilma Rousseff, Alckmin disse que é preciso melhorar a gestão, pensar a "questão de natureza ética" e ter a "consciência permanente de separar público do privado".
Ele exaltou medidas de combate à corrupção em sua gestão.
Alckmin não falou no discurso sobre o processo de impeachment de Dilma, mas citou o impeachment de Collor, que afirmou ter sido possível apenas pela denúncia do irmão do presidente deposto.
O tucano também citou o caso do mensalão, que só foi descoberto graças a Roberto Jefferson. E argumentou que há muita burocracia, com políticos sendo punidos por questões administrativas menores, mas sem combate efetivo à corrupção em plano nacional.
O governador tucano também destacou sua trajetória política, lembrando que foi vereador na década de 1970 em sua cidade natal, Pindamonhangaba, quando vereadores não recebiam honorários.
Ele avaliou que o quadro de corrupção no país piorou e que para constatar isso basta ver a quantidade de "políticos milionários", donos de rádio e TV.