Alckmin: o governador adiantou ainda que pretende criar um Ministério de Segurança Pública (Germano Lüders/Site Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de novembro de 2017 às 16h00.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que já manifestou interesse em disputar a Presidência da República no ano que vem, disse nesta segunda-feira, 27, que, se eleito, pretende privatizar a maior parte das 150 estatais federais.
Ao participar de fórum da revista VEJA, o tucano disse que um terço dessas estatais foi criado em governos petistas e, em boa parte, a participação estatal não tem sentido.
Ressalvando sempre que tudo depende da confirmação de sua candidatura - que depende da indicação do PSDB -, Alckmin adiantou ainda que pretende criar um Ministério de Segurança Pública. "Precisamos rever modelo institucional de segurança pública. Governo federal tem que liderar esse trabalho. Não é um trabalho fácil", declarou.
"Temos 17 mil quilômetros de fronteira seca com países vizinhos. O Brasil hoje é o maior consumidor de crack do mundo. Você tem um problema de saúde pública e de segurança. Governo federal precisa liderar. Não é o problema de um Estado, é de todos os Estados", acrescentou.
Alckmin afirmou que pretende fazer aliança com cinco ou sete partidos se for candidato e que vai defender uma agenda reformista e de competitividade. "Países que passaram de renda média para renda alta tiveram inserção no comércio exterior", disse.
Segundo o governador, a reforma da Previdência, mesmo após sofrer alterações, é necessária, embora devesse ter sido aprovada há um ano. Ele classificou ainda a reforma política como a mãe de todas as reformas.
Para o governador, emprego e renda deverão ser questões centrais nas próximas eleições. Ele garantiu que vai apoiar a candidatura do prefeito João Doria se ele for o nome escolhido pelo partido e que não deixará a sigla. "Não vou sair do partido se o PSDB lançar outro candidato."
Segundo Alckmin, aproximar das pessoas e dizer a verdade farão a diferença em 2018. "O povo prefere um 'não' explicado do que um 'sim' do que não vai ser cumprido", declarou, atribuindo a frase ao ex-governador Mario Covas.
O governador aproveitou ainda para atacar o discurso do "novo" na política, usado, entre outros, pelo prefeito João Doria. "O que é o novo? É a idade? É a experiência? O novo é combater o corporativismo, que levou a um País caro e ineficiente".
A respeito do pedido de investigação contra ele pedido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Alckmin repetiu que o País nunca precisou tanto de transparência.