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Alckmin defende ação da polícia que terminou com nove mortes

A operação, que envolveu 40 homens, tinha o objetivo de impedir a realização de um tribunal do crime organizado para julgamento e execução de um acusado de estupro

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: “Quem não reagiu, está vivo”, disse Alckmin (José Luis da Conceição/Governo de SP)
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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2012 às 18h32.

São Paulo – O governador de São Paulo , Geraldo Alckmin, defendeu hoje (12) a ação das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que resultou na morte de nove pessoas ontem na Grande São Paulo. A operação, que envolveu 40 homens, tinha o objetivo de impedir a realização de um tribunal do crime organizado para julgamento e execução de um acusado de estupro.

Segundo a Polícia Militar, ao menos oito criminosos morreram ao reagir à ação policial, tese endossada pelo governador. “Quem não reagiu, está vivo”, disse Alckmin. “Você tem em um carro quatro: dois morreram, dois estão vivos, [pois] se entregaram”, exemplificou, detalhando a ação.

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De acordo com o governador, a Rota foi acionada por ser uma unidade mais preparada para esse tipo de enfrentamento. “Sempre que você tem casos de muito armamento, vários criminosos, organização criminosa, a Rota é exatamente para isso”, disse ao justificar o uso do batalhão de elite em vez do policiamento local de Várzea Paulista (SP).

O comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Roberval Ferreira França, negou que a ação tenha sido motivada pelos casos de execuções de policiais ocorridos nos últimos meses. Em nove meses foram mortos 67 membros da corporação em todo o estado, 40% mais do que em todo ano de 2011. De acordo com o coronel, a operação foi motivada por uma denúncia anônima.

Para o especialista em segurança pública e pesquisador da Fundação Getulio Vargas, Guaracy Mingardi, a polícia de São Paulo está envolvida em um ciclo de vinganças contra o crime organizado.“Isso é uma quebra do regime democrático de direito, que você não pode deixar acontecer”, disse.

O problema tem origem, de acordo com Mingardi, em 2006, quando uma organização criminosa (Primeiro Comando da Capital - PCC) que atua nos presídios de São Paulo começou a atacar policiais e a população. Naquela ocasião foi feito, segundo ele, um acordo implícito entre o crime e o governo para cessar a violência. Esse acordo, que Mingardi classifica como um erro, teria sido quebrado de alguma forma este ano, aumentando a violência, tanto do crime, como da polícia.

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