Brasil

Ajuste fiscal ajudará queda de juro, diz ministra

Segundo Miriam Belchior, ministra do planejamento, corte neste ano ficará em R$ 55 bilhões

Ministra do Planejamento, Mirian Belchior: "faremos a parte do esforço fiscal necessária para gerar condições para que o Banco Central possa seguir nesta linha que vem adotando nos últimos meses" (Elza Fiúza/Abr)

Ministra do Planejamento, Mirian Belchior: "faremos a parte do esforço fiscal necessária para gerar condições para que o Banco Central possa seguir nesta linha que vem adotando nos últimos meses" (Elza Fiúza/Abr)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2012 às 09h15.

Montevidéu  - O controle mais rígido dos gastos do governo seguirá contribuindo para que o Banco Central mantenha sua política de redução da taxa de juros, disse no sábado a ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

"O esforço fiscal ficará, como diz nossa presidenta. Nós faremos a parte do esforço fiscal necessária para gerar condições para que o Banco Central possa seguir nesta linha que vem adotando nos últimos meses", afirmou a ministra em entrevista à Reuters.

"No ano passado fizemos um corte de 50 bilhões (de reais), este ano de 55 (55 bilhões de reais), exatamente para ter condições de que a política monetária possa fazer esse movimento", disse.

Numa tentativa de estimular o crescimento econômico, que caiu para 2,7 por cento no ano passado, ante 7,50 por cento em 2010, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu na sua última reunião, na semana passada, reduzir a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, para 9,75 por cento ao ano.

A taxa de juros ainda está entre as mais altas do mundo e tem sido responsabilizada por contribuir para a valorização do real e por prejudicar a competitividade das exportações brasileiras. O ponto mais baixo já atingido foi 8,75 por cento em 2009, quando o Brasil reduziu os juros durante a crise financeira global.

A maioria dos economistas estima que o país alcançará crescimento de 3,3 por cento este ano, um ritmo lento para um dos BRICS. A ministra, no entanto, se mostrou mais otimista.

"Estamos trabalhando para crescer entre 4,5 e 5 por cento", disse Belchior, que citou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o aumento do salário mínimo como fatores importantes para impulsionar a economia.

"Essa é a grande orientação no governo, a determinação da presidenta que o investimento empurre a nossa economia este ano", disse em Montevidéu, onde participou da assembleia anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Segundo a ministra, as políticas monetária e fiscal estão em sincronia e caminhando na mesma direção, o que considera uma grande mudança do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o da presidente Dilma Rousseff.

"Neste momento é possível fazer um novo mix entre a política fiscal e a política monetária", disse a ministra.

"É isso que está permitindo essa queda contínua das taxas de juros, que é uma meta importante para o governo brasileiro no sentido de gerar talvez essa condição que falta para nossa economia, a queda nas taxas de juros. E isso é o que estamos fazendo", afirmou.

O governo tem sido alvo de críticas por falta de uma reforma fiscal mais ambiciosas. Miriam Belchior lembrou que o governo enviou um projeto de lei ao Congresso que cria um regime de previdência complementar para os servidores públicos.

"Vemos isto como uma importante medida para reduzir os gastos no médio e longo prazo. É uma prioridade para o governo", disse, referindo-se ao Fundos de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp). O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados em fevereiro.

"A Câmara dos Deputados já aprovou esta iniciativa, que agora se encontra no Senado. .. Esperamos que seja aprovada na primeira metade do ano", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCortes de custo empresariaisgestao-de-negociosMercado financeiroMinistério do Planejamento

Mais de Brasil

Secretário-geral da ONU pede "espírito de consenso" para G20 avançar

Paes entrega a Lula documento com 36 demandas de prefeitos do U20

Varredura antibomba e monitoramento aéreo: chegada de chefes de Estado para o G20 mobiliza segurança