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Agroindústria reverte queda e cresce 4,7% em 2010

Apesar da recuperação, resultado foi quase a metade do crescimento registrado pelo setor de indústria geral

Dados do IBGE mostram que o segmento de madeira cresceu 25,2%  (Oscar Cabral/Veja)

Dados do IBGE mostram que o segmento de madeira cresceu 25,2% (Oscar Cabral/Veja)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2011 às 13h45.

Rio de Janeiro - A produção da agroindústria brasileira cresceu 4,7% em 2010. O dado, divulgado hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que, embora o desempenho do setor tenha ficado abaixo do relativo à indústria geral, que teve aumento de 10,5% no mesmo período, houve uma recuperação da queda de 4,8% observada em 2009. A expansão em 2010 é a maior desde 2007, quando a agroindústria nacional cresceu 5%.

De acordo com o economista da Coordenação de Indústria do IBGE, Fernando Abritta, o resultado favorável pode ser explicado pelas boas condições climáticas, pelo aumento nas exportações e pelos preços das commodities.

“Esse resultado foi influenciado pelas boas condições climáticas, ao contrário do que havia ocorrido em 2009, quando houve estiagem na Região Sul, principal produtora de grãos do país. Isso fez com que a safra em 2010 tenha sido recorde com quase 150 milhões de toneladas. Além disso, as exportações de alguns produtos tiveram aumento e os preços de commodities agrícolas também foram elevados, beneficiando o setor”, destacou.

Segundo o IBGE, o grupo inseticidas, herbicidas e outros defensivos para uso agropecuário cresceu 14,6% e o segmento de madeira, 25,2%.

O setor de produtos industriais derivados da agricultura cresceu 3,6%, com resultados positivos em seis dos oito subsetores pesquisados. Os derivados da cana-de-açúcar avançaram 8,1%, por causa da maior produção de açúcar cristal (11,5%), impulsionada pelas exportações, e de álcool (4,2%), fruto da expansão da frota de veículos bicombustíveis.

Também houve aumento nos derivados da soja (10,7%), do trigo (2,6%) e do milho (1,0%), puxados pelo crescimento da safra, além da laranja (10,0%) e da celulose (2,0%). As pressões negativas vieram de arroz (-4,7%), com redução na safra em função do excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, maior estado produtor, e de fumo (-8,1%).

O setor dos produtos industriais utilizados pela agricultura avançou 12,5%, impulsionado pela maior fabricação de máquinas e equipamentos agrícolas (32,7%) e adubos e fertilizantes (2,7%).

“Contribuiu para esse movimento a recuperação da renda agrícola, já que em 2010 a safra foi recorde, aumentando a capitalização do setor, além do aumento no preço de algumas commodities. Assim, houve aumento no investimento realizado em tratores e colheitadeiras e na utilização de adubos e fertilizantes, itens fundamentais para o crescimento da produtividade agrícola”, acrescentou o economista do IBGE.

O setor de produtos industriais derivados da pecuária cresceu 0,9%. Os derivados de aves aumentaram 2,9%, devido à demanda interna e ao incremento das exportações. Já os derivados da pecuária bovina e suína recuaram (-0,8%), fruto da queda nas exportações de suínos. A produção de leite caiu (-1,2%), enquanto a de couros e peles cresceu 5,2%.

O setor produtos industriais utilizados pela pecuária avançou 5,0%, influenciado pelo crescimento do grupamento de rações e suplementos vitamínicos (8,2%), de maior peso no segmento, já que o grupo de produtos veterinários registrou queda (-8,5%).

Ao longo de 2010, o IBGE verificou que, após obter resultados positivos nos três primeiros trimestres (5,2%, 6,6% e 7,3%, respectivamente), a agroindústria desacelerou no final do ano, fechando o último trimestre com queda (-0,8%).

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