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Agricultura já interditou seis frigoríficos investigados pela PF

Três frigoríficos foram fechados logo depois da operação policial, e outros três ao longo dos dez dias seguintes

Carne Fraca: além de fechar estabelecimentos, governo também decretou recall de produtos (Pilar Olivares/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de março de 2017 às 11h20.

Brasília - Chegou a seis o número de frigoríficos interditados pelo Ministério da Agricultura, dez dias após a Operação Carne Fraca , da Polícia Federal.

O Ministério da Justiça também anunciou nesta segunda-feira, 27, a ampliação do recall de produtos de frigoríficos investigados na operação.

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Pouco depois, o frigorífico Souza Ramos, interditado e alvo de recall, anunciou que fechou as portas e demitiu os 140 funcionários de sua fábrica em Colombo (PR) na semana passada.

Até a noite desta segunda, o secretário de Defesa Agropecuária, Luís Eduardo Rangel, disse que ainda não havia sido informado.

Logo após a operação policial, há duas semanas, o ministério fechou três estabelecimentos: Peccin em Curitiba (PR), Peccin em Jaraguá do Sul (SC) e a unidade da BRF em Mineiros (GO).

A lista cresceu para seis, com o acréscimo de Souza Ramos, Laticínios SSPMA em Sapopema (PR) e Farinha de Carnes Castro em Telêmaco Borba (PR).

Além desses, Transmeat, de Balsa Nova (PR) é alvo de interdição parcial, só de uma linha de produção de carnes temperadas.

Todos eles estão na lista dos 21 frigoríficos investigados na operação e que, por isso, receberam um "pente-fino" da fiscalização do Ministério da Agricultura.

"Não encontramos nessas plantas nenhum produto que pudesse fazer mal à saúde no momento", disse o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. "Vamos dar à população essa tranquilidade", completou.

No Souza Ramos, por exemplo, o problema encontrado foi o uso de amido acima do permitido nas salsichas. O Laticínios SSPMA foi fechado porque os responsáveis tentaram impedir a fiscalização. E na Farinha de Carnes Castro, que fabrica ração animal, foi encontrada matéria-prima vencida.

Até agora, as amostras passaram por análises físico-químicas, que indicariam, por exemplo, o uso excessivo de ácido sórbico, água injetada nas carnes e outros. Mas faltam os resultados microbiológicos, que poderão indicar com mais precisão se há riscos à saúde.

A fiscalização encontrou indícios de procedimentos falhos e riscos à saúde em três estabelecimentos: Peccin (SC), Souza Ramos e Transmeat. Também nesse caso, a Agricultura aguarda resultados do laboratório.

Fora das prateleiras

Em outra frente, a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça ampliou o recall de produtos dos frigoríficos sob investigação, com a inclusão dos produtos da Peccin de Jaraguá do Sul (SC). Na sexta-feira, havia sido anunciado o recall dos produtos da Peccin no Paraná, da Souza Ramos e da Transmeat.

A operação da PF teve um efeito direto na balança comercial. Segundo dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior e Serviços, as exportações de carne recuaram 19% na quarta semana de março, na comparação com o acumulado do mês até a terceira semana.

Nos 19 primeiros dias de março, a média diária de embarques do produto foi de US$ 62,2 milhões. Já na semana passada a média por dia de vendas externas foi de US$ 50,5 milhões. Ou seja, as perdas foram inferiores ao que parecia num primeiro momento. No dia mais agudo da crise, os embarques haviam despencado para US$ 74 mil.

Defesas

O frigorífico Souza Ramos informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que a unidade foi auditada há quatro meses e o ministério autorizou venda dos produtos.

"Temos laudo de todo o produto que é retirado da empresa, com quantidade normal de amido e por lei. O Souza Ramos trabalha com a legislação, fomos auditados há quatro meses pelo mesmo Mapa que nos deu autorização."

Já a Transmeat relatou não ter sido informada qual linha e nem qual lote de produtos teriam de ser substituídos. Além disso, a companhia recorreu à Justiça por meio de um mandado de segurança para poder reverter o recall determinado pelo Ministério da Justiça.

A Peccin mantém apenas um comunicado no site no qual nega as irregularidades. O jornal "O Estado e S. Paulo" tentou contato por telefone com a Laticínios SSPMA, em Sapopema (PR) e com a Farinha de Carnes Castro, em Telêmaco Borba (PR), mas ninguém foi localizado nas unidades no início da noite.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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