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Agnelo se diz vítima do grupo de Cachoeira

Em depoimento à CPI do Cachoeira, o governador do DF também negou favorecimento da Delta

Agnelo: "a Delta tem apenas um contrato com o governo do Distrito Federal de coleta de lixo em duas áreas e esse contrato foi assinado no governo anterior, não no meu" (José Cruz/Agência Senado)

Agnelo: "a Delta tem apenas um contrato com o governo do Distrito Federal de coleta de lixo em duas áreas e esse contrato foi assinado no governo anterior, não no meu" (José Cruz/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h03.

Brasília - O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), disse hoje (13) que não houve em seu governo nenhuma forma de favorecimento da empresa Delta Construções, investigada pela Polícia Federal como parte do suposto esquema comandado pelo empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Agnelo argumentou, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, que o único contrato que a empresa tinha com o governo foi assinado no dia 9 de dezembro de 2010, pelo então governador Rogério Rosso (PMDB). De acordo com o governador, a assinatura foi determinada por uma decisão da 1ª Turma do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Território (TJDFT).

"A Delta tem apenas um contrato com o governo do Distrito Federal de coleta de lixo em duas áreas e esse contrato foi assinado no governo anterior, não no meu governo e, ainda assim, a mando da Justiça", disse o governador que se colocou como vítima de uma armação para tirá-lo do poder, comandada por Cachoeira e pelo senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). "Hoje eu compreendo porque o senador Demóstenes Torres protocolou um pedido de impeachment contra mim, no início do governo, em 2011", destacou Agnelo.

De acordo com o governador, o grupo de Cachoeira queria ter controle sobre a área de limpeza urbana do Distrito Federal e não considerava sua gestão um "governo amigo". "O grupo precisava de controle sobre o SLU [Serviço de Limpeza Urbana]", disse o governador, que ontem, mandou entregar à Liderança do PSDB, no Senado, um documento com sua defesa.

Agnelo informou ainda que a Delta entrou no serviço público no Distrito Federal em 2007, na administração do ex-governador José Roberto Arruda, acusado de liderar um esquema ilícito de financiamento de campanha e de compra de deputados distritais, que ficou conhecido como mensalão do DEM. Esse esquema foi investigado pela Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora. "Espero que a Justiça julgue logo a investigação sobre a Caixa de Pandora e que esses resultados sejam logo divulgados", destacou o governador.

Agnelo também reclamou da imprensa, que segundo ele, teria servido para uma série de reportagens a mando do grupo de Cachoeira. "Eles queriam derrubar um governo eleito democraticamente no Distrito Federal", destacou.

O governador foi convocado, na condição de testemunha, para explicar as condições em que foram firmados contratos do Distrito Federal com a empresa Delta, apontada pela Polícia Federal como uma das empresas que servia à organização criminosa comandada por Cachoeira.

Até o início deste mês, a empresa mantinha com o governo do Distrito Federal um contrato de limpeza urbana, no valor de R$ 470 milhões. As gravações feitas pela Polícia Federal também indicaram pessoas ligadas a Cachoeira tentando fraudar licitação para o serviço de bilhetagem eletrônica no transporte público, contrato que não chegou a ser firmado, fato que segundo Agnelo, irritou o grupo de Cachoeira.

"Esse contrato não saiu porque meu governo decidiu enfrentar o problema do transporte público do Distrito Federal e acabar com esse oligopólio que humilha as pessoas todos os dias", destacou.

Além disso, o ex-chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro, aparece em uma gravação da Operação Monte Carlo, em conversa com pessoas ligadas a Cachoeira. Quando as denúncias foram divulgadas na imprensa, Monteiro se afastou do cargo.

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